Por Anderson Nascimento
“Living in The Extraordinary Times” é o 15º álbum da banda britânica James e chega ao mercado apenas dois anos após o elogiado “Girl At The End of The World”.
A perspectiva em torno do álbum era a melhor possível, já que a banda alcançou o primeiro lugar em vendas de vinis com o EP “Better Than That”, uma espécie de aquecimento para o novo disco lançado em maio. A recepção do EP foi tão boa, que levou o grupo a esgotar os ingressos de sua turnê britânica, usada para promover o disquinho.
A divulgação que começou arrasadora, no entanto não se refletiu na qualidade do álbum que acaba de ser lançado. O disco começa mal com o fraco single político “Hank”, faixa que inclusive foi apontada pelo produtor do disco, Charlie Andrew, como uma das melhores dessa nova safra. É claro que vê-se um potencial na canção, desperdiçado com efeitos bobos na bela voz de Tim Booth.
No geral, o disco aborda assuntos políticos envolvendo a Casa Branca e a Rússia, além de fundir questões sociais e pessoais. A emocionante “Coming Home – Pt.2” faz a banda se recuperar dignamente da faixa de abertura, com um lindo refrão e teclados de Brian Eno, a faixa é grandiosa e tem uma boa pegada dançante, lembrando os melhores momentos do grupo.
No geral, o disco aborda assuntos políticos envolvendo a Casa Branca e a Rússia, além de fundir questões sociais e pessoais. A emocionante “Coming Home – Pt.2” faz a banda se recuperar dignamente da faixa de abertura, com um lindo refrão e teclados de Brian Eno, a faixa é grandiosa e tem uma boa pegada dançante, lembrando os melhores momentos do grupo. Por mais que novidades sejam sempre bem quistas, é justamente quando o James é o James que o disco se sai mais agradável, casos de “Levithan” e “How Hard The Day”, por exemplo.
Mas infelizmente o disco se mostra mais irregular do que bom ao longo de sua audição. Canções como “Many Faces” são inofensivas, enquanto a faixa título “Living in The Extraordinary Times” chega a ofender a gloriosa carreira do grupo, de tão apelativa e sem inspiração que a canção o é.
Em meio à canções que passam batido ao longo do disco, e bobagens como “Heads”, faixa que chega a incomodar, há canções como “Pictures of This Place”, que parecem mal desenvolvidas, mas que possuem potencial, nesse caso, por exemplo, a canção, que é desnecessariamente longa, deverá crescer ao vivo por conta do forte refrão.
Quando caminha para o seu fim, o disco dá uma lufada de ar menos rarefeito com as boas “Better Than That” e “Mask”, encerrando com “What’s It All About”, esta sim um momento digno do passado do grupo, que acaba transmitindo um ar de compensação no fim do álbum.
Aos 37 anos de carreira, se não for contado o hiato de seis anos entre 2001 e 2007, a boa banda de Manchester continua a viver de altos e baixos, sob a doce aura alternativa que acertadamente recobre cada trabalho do grupo.