Por Anderson Nascimento
Desde sua explosiva apresentação em Woodstock em 1969, Joe Cocker tem mantido a média de lançamento de um disco de estúdio a cada dois anos, inclusive nos dias de hoje. É bem certo que seus últimos álbuns, onde mergulhou no repertório de canções consagradas, cantando entre outros artistas, John Lennon, Bob Dylan, Paul McCartney , James Taylor e Creedence, não fizeram muito barulho, passando quase que despercebidos.
Em “Hard Knocks” a coisa é diferente. Cocker volta a dedicar um álbum a canções inéditas, o que por si só já faz do lançamento algo interessante. Seu desempenho vocal revela que Joe ainda tem muito a oferecer, além de exibir um grande apetite em fazer o seu melhor e entregar aos fãs um belo disco.
O álbum começa matador com a faixa título, uma canção de refrão persistente e pegada R&B, seguida por “Get On”, um Rock dançante que empolga o ouvinte, principalmente pelo arranjo moderno e pelo tradicional esgoelar do cantor. Ambas as faixas já entraram com sucesso nas últimas apresentações ao vivo do cantor.
O disco também traz belas baladas, caso de “Unforgiven”, que explora o sentimentalismo da voz de Cocker e “So It Goes”, balada pop de melodia simples, porém original.
Momentos emocionantes como na gospel “Thankful”, ou “I Hope”, regravação do grupo feminino de Country “Dixie Chicks”, são de belezas comoventes.
A rejuvenescida no som de Joe traz um frescor pouco comum em seus discos, o que pode ser comprovado em “Stay The Same”, ou ainda em “Runaway Train”.
A ansiosa espera por um álbum de Joe Cocker baseado em canções inéditas e com arranjos contemporâneos valeu a pena, “Hard Knocks” é um álbum vivo e inspirado, o que o posiciona entre os melhores álbuns da carreira do cantor.