Por Anderson Nascimento
Após cinco anos sem lançar um álbum solo de inéditas, Eric Clapton ressurge com o álbum intitulado simplesmente “Clapton”. O álbum traz um Clapton distante de cenários mais pop´s que ilustraram alguns de seus últimos álbuns solo, dando ênfase maior ao blues, obviamente remetendo às suas raízes.
A primeira faixa do álbum, “Travelin Alone”, já dá pistas de que o álbum focará no blues, trata-se de um blues arrastado, o que dita o ritmo de quase todo o disco, nesse caso, porém, com leve pitadas de Rock.
Nos momentos onde isso não ocorre, Clapton desce ainda mais fundo no Blues, como pode ser percebido em “Rocking Chair”, canção arrastada, de pouca vibração, mas um bonito momento no álbum.
A parceria com o amigo J.J. Cale, que gravou com Eric Clapton o seu penúltimo álbum, “Road To Escondido” em 2006, continua firme aqui nesse disco, onde Cale assina algumas canções, toca e faz backing vocal em outras.
Talvez esse clima uniforme e monocromático do álbum seja o maior problema de “Clapton”, já que, mesmo nos momentos mais bluseiros de sua carreira, Clapton sempre dosou o ritmo com Rock and Roll, dando uma maior diversidade sonora aos seus álbuns.
Em algumas faixas esses momentos tendem a beirar o tédio, fato que pode ser observado em “River Runs Deep”, “How Deep is The Ocean” e na faixa de encerramento, o clássico, “Autumn Leaves”.
O primeiro single e melhor faixa do álbum é “Run Back To Your Side”, que também é a única composição de Clapton no álbum. A faixa é um empolgante Rock que lembra algumas canções já feitas por Clapton no passado. Assim como a balada “Diamonds Made From Rain”, que conta com os vocais de Sherly Crow.
Para os ferrenhos fãs de blues, esse novo álbum é um prato cheio, já aqueles que preferem o Eric Clapton de canções radiofônicas, estes ficarão um pouco decepcionado com o disco.