Por Anderson Nascimento
Se em "Gettin´in Over My Head" Brian Wilson trazia um álbum de excelentes músicas pop, sem perder o tempero praiano dos anos 60, em "That Old Sun", o músico americano deposita todas as suas fichas no seu estilo de som original. O disco tem todos os artifícios que remetem ao som feito nos EUA na primeira metade dos anos 60.
E isso é muito positivo, em se tratando de um disco de Brian Wilson, que por si só já é meio caminho andado para tornar a obra brilhante, o ex-Beach Boys, consegue trazer aos anos 2000 o mesmo clima de quarenta anos atrás, o que não deve ser tarefa muito fácil. Tudo isso sem se copiar gratuitamente.
Como se não bastasse, Brian ainda apresenta-nos um disco conceitual, com interlúdios musicais que acaba transportando o ouvinte à aquele mundo que Wilson quer que conheçamos. "That Lucky Old Sun" traz um Brian cheio de saudades dos anos sessenta, de sua juventude e, claro, das praias e garotas, talvez por isso o disco seja tão sessentista e nostálgico. Para ajudar ainda mais no efeito da obra, o próprio Brian recomenda a sua audição no formato vinil, o que insere o ouvinte definitivamente ao som esperado pelo artista.
Neste álbum, Brian consegue passar emoção ao ouvinte em vários momentos, principalmente em "Forever My Sufer Girl" , que já figura entre as suas maiores canções, juntando-se à clássicos como "Good Vibrations" e "God Only Knows".
Mas o álbum ainda traz "Midnight´s Another Day", "Live and Let Live" (será uma referência a "Live and Let Die" do Paul?) e "Mexican Girl", uma música com sonoridade mexicana com direito até alguns versos cantados em parco Espanhol.
No fim, um fabuloso disco com grandes faixas dentro do mais novo clássico do músico. É de se imaginar Brian, com o aspecto robotizado e olhar triste, que os anos de em que ficou chapado deixaram como legado, finalmente sorrindo ao ver o resultado. Obrigado Brian!