Resenha do Cd Beatles70 Vol.1 / Vários

BEATLES70 VOL.1 title=

BEATLES70 VOL.1
VÁRIOS
2010


Por Anderson Nascimento

Quando em 2008 o produtor e pesquisador Marcelo Fróes lançou os três volumes comemorativos do “Álbum Branco”, chamados de “Beatles68”, com versões de bandas nacionais para as canções produzidas pelos Beatles neste ano, talvez o próprio não teria imaginado à época que a sequência de discos tributos ganharia a dimensão que o projeto ganhou, e se estenderia aos anos de 69, com três CDs e agora com Beatles70 em dois volumes.

A maneira encontrada pelo produtor para homenagear a banda mais querida do mundo, é um prato cheio para aqueles que curtem releituras, além de ser uma boa oportunidade de observar os seus artistas preferidos (ou ainda aqueles que estão lutando por um lugar ao sol) entoando as canções que o quarteto de Liverpool deu de presente para o mundo.

Em Beatles70 Vol.1, Marcelo Fróes viabilizou uma espécie de compilação, incluindo músicas gravadas em várias épocas, com gravações recentes, feitas especialmente para esse álbum, tarefa executada tal qual se deu no lançamento original de “Let It Be”, lançado a partir de gravações já pré-existentes.

Da safra de versões inéditas, temos, por exemplo, “Let It Be”, em uma bonita versão realizada pela dupla “Sá & Guarabyra”, que, inclusive, tem o curioso fato de representar a primeira gravação dos dois novamente como dupla, após a passagem do saudoso “Zé Rodrix”.

Igualmente interessante é “Dig a Pony”, em versão novíssima, aqui gravada pela banda “Dr. Sin”, em uma interpretação de tirar o fôlego. No caso da referida canção, temos um esmero que chega a beirar a perfeição e apresentar possibilidades nunca antes percebidas para a canção.

Nessa linha, a banda “Profiterolis” também emenda a curiosidade ao inventar uma versão bossa-jazzística do Rock “I Me Mine” de George Harrison. Em “I´ve Got a Feeling”, interpretada pela banda “Tinta Preta”, temos a transformação da canção em um “hardão” que chega a lembrar bandas desse gênero como o “Free”, em uma das versões mais roqueiras do álbum.

Além do já citado clima comemorativo, o disco realmente funciona. Ouvir, por exemplo, Zé Ramalho interpretar “The Long and Winding Road” faz a estrada citada na canção parecer ainda mais sinuosa. Vale também citar a interpretação ao vivo de Jane Duboc para a canção “Across The Universe”, simplesmente emocionante.

A coisa fica sempre fica mais bacana quando o artista cria uma versão própria da canção, tornando a audição e consumo ainda mais interessante. Outro bom exemplo disso é a interpretação do músico e cantor carioca Márcio Biaso em “Maggie Mae”, que tratou de reformular a canção que, originalmente é quase uma vinheta, dando-lhe um tratamento vip.

Por fim, não dá para esquecer a inesquecível Cássia Eller acompanhada por Zélia Duncan, interpretando uma versão bluseira de “Get Back”. É de causar arrepios.

O lançamento de mais um disco tributo aos Beatles é novamente um gol a favor do selo “Discobertas”, que possibilita a oportunidade de ouvirmos as canções dos Beatles segundo nossos artistas brazucas.

Resenha Publicada em 31/05/2010





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