Por Anderson Nascimento
O piano é um instrumento fascinante tanto para quem o toca quanto para quem o ouve sendo bem tocado. E é mais que justa a homenagem ao instrumento e ao seu som feito por David Feldman ao batizar o seu álbum singelamente de “piano”. David resolveu chamar o disco de “piano” com “p” minúsculo por querer transpassar ao ouvinte o clima intimista, sereno e suave que o piano pode oferecer.
O músico estreou em CD no ano de 2009 com o elogiado “Som do Beco das Garrafas”, e agora retorna com um álbum onde sessenta por cento das canções são autorais e inéditas, o que reafirma o momento de dedicação ao instrumento e de criatividade deste músico que acumula importantes feitos, como o de ter ficado entre os 10 maiores pianistas do mundo na competição de piano-solo do Festival de Jazz Montreaux, evento curado por ninguém menos que Quincy Jones.
Dessa forma, David vai dando vida a canções como “Conversa de Botequim” (Noel Rosa, Vadico), que ganha leveza sem perder a sua ginga original, e a inédita “Chobim” (David Fieldman), que funde Chopin e Tom Jobim com melancolia e lirismo.
No currículo de David também está o fato de já ter trabalhado com diversos ressonantes nomes de nossa MPB, como Maria Rita, Leny Andrade, Leila Pinheiro, Wilson Simoninha, dentre tantos outros.
“piano” é um disco sofisticado e certeiro quando o assunto é o elegante som do piano, e momentos como “Sabiá” (Tom Jobim, Chico Buarque), que encerra o disco, e a dobradinha feita com ele mesmo em “Esqueceram de Mim no Aeroporto”, por si só já valem o disco.