Resenha do Cd Monuments To An Elegy / Smashing Pumpkins, The

MONUMENTS TO AN ELEGY title=

MONUMENTS TO AN ELEGY
SMASHING PUMPKINS, THE
2014

UNIVERSAL MUSIC
Por Fabio Cavalcanti

Qualquer análise sobre a clássica banda de rock alternativo Smashing Pumpkins poderia substituir o nome do grupo por "Billy Corgan e seus empregados". Na real, desde a retomada da banda em 2006, ficou bem claro para todo mundo que a marca Smashing Pumpkins pertence ao seu incontestável líder. Depois de novas mudanças de formação - com direito a uma contratação temporária do baterista Tommy Lee (Mötley Crüe) -, eis que Billy Corgan lança "Monuments to an Elegy" (2014), seu oitavo álbum de estúdio.

No caso da obra em questão, apesar do estilo "roqueiro" que transmite certo sentimento de espontaneidade - inclusive em suas letras -, podemos notar uma clara irregularidade em sua química musical, devido à sonoridade "tímida" e "assustada" que foi captada de cada instrumento gravado - sendo que muitos deles foram gravados pelo próprio Billy!

"Então vou parar de ler por aqui, pois esse álbum deve ser horrível", você me diz. Eu respondo calmamente que esse é apenas um detalhe negativo, no meio de um trabalho que mistura bem o experimentalismo com a simplicidade, de uma forma nunca antes feita pelos Pumpkins. O que falar então da boa qualidade em pelo menos 8 de suas 9 canções? Ficou mais curioso agora? Pois bem, vamos às músicas...

Para começar, aquele famoso "muro de guitarras pesadas e limpas ao mesmo tempo" está de volta em grande estilo, nas envolventes "Tiberius", "One and All (We Are)" e também na conclusiva "Anti-Hero". Já o interessante groove de "Anaise" traz um sentimento "dançante" e soturno ao mesmo tempo, o que é bastante agradável aos ouvidos.

Os pop/rocks "Being Beige" e "Run2Me" lembram os tempos do Zwan (a brevíssima banda montada por Billy Corgan logo após o primeiro término dos Smashing Pumpkins). Por sinal, "Being Beige" se mostrou como a melhor escolha possível para primeiro single, embora qualquer ouvinte menos sonhador do que o Sr. Corgan saiba que nada deste novo álbum poderá angariar uma nova base de fãs para essa banda "velhinha" dos anos 90...

A mistura de simplicidade com experimentalismo pode ser bem evidenciada na boa "Drum + Fife". Na inspiradíssima e energética "Monuments", Corgan perdeu uma ótima chance de acrescentar o já citado "muro de guitarras", o qual traria um sabor extra à música. Já a semi-balada "Dorian", com sua levada eletrônica suave, soa como uma espécie de sobra do álbum "Adore" (1998), o que está longe de ser uma coisa boa.

No final das contas, após oscilar entre a ótima produção e a química musical duvidosa, "Monuments to an Elegy" se mostra como uma obra inquieta, ousada, e definitivamente "Corganesca". Esqueça por um momento a grandiosidade dos clássicos "Siamese Dream" (1993) e "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (1995), e curta essa pequena "bolacha" que traz 33 minutos de músicas agitadas, curtas, e ironicamente diferenciadas entre si. Depois disso, aperte o 'play' mais uma vez...

Resenha Publicada em 10/12/2014





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