Por Anderson Nascimento
Sétimo disco de sua discografia solo, “Nada Vai Me Parar” é um disco que reafirma o talento de Marcelo D2, e a sua importância para o Rap e o Hip-Hop brasileiro.
Gravado antes de sua bem sucedida turnê com o grupo Planet Hemp, e lançado após os shows, o disco exibe um D2 de volta ao seu som característico, muito embora comprove que a incursão do artista pelo Samba, deixou marcas indeléveis em sua obra, como comprova o samba “Na Veia”, composta por Arlindo Cruz para D2.
Sempre preocupado em implementar novidades eletrônicas ao seu som, o que agrega valor ao disco e aguça o fator curiosidade ao ato de ouvir pela primeira vez um álbum novo do Marcelo, D2 também dá voz a artistas desconhecidos do grande público, assim como já fez em outros discos.
Obviamente, em termos de letra, o artista acaba se repetindo em um momento ou outro ao longo do disco. “A Cara do Povo”, e a biográfica “MD2 (A Sigla No Tag)” são bons exemplos disso, enquanto que na segunda Marcelo dá uma explicação didática sobre o seu envolvimento com o Rap, na primeira rolam panfletagens, descontentamento e autorreferencias, muito embora caiba reconhecer que tudo é feito de forma diferente e inventiva.
“Eu Já Sabia” (com Sain & Helio Bentes), é um dos destaques do disco, com uma cama interessante, a canção empolga ao pregar seus versos, e encanta ao finalizar com a sua filha cantando o refrão no final da música.
Os samplers também não poderiam ficar de fora do disco. Nesse álbum há a voluptuosa voz de Raul Seixas divagando sobre a liberdade na faixa “Livre”, e ainda há “Abre Alas”, de Ivan Lins, presente na faixa “Está Chegando A Hora (Abre Alas)”, só pra citar algumas das intervenções do disco.
Sons como “Danger Zone”, que traz a participação de Aloe Black, acrescentam um fator inovador e interessante ao disco do D2, o que tem se tornado comum sempre que o artista lança material novo, produzindo sempre trabalhos relevantes que provocam o ouvinte a querer ouvir e reouvir o disco várias vezes, em busca dos detalhes implícitos ao longo de cada canção.
Sem lançar um álbum de inéditas desde o ótimo “A Arte do Barulho”, de 2008, Marcelo D2 acerta novamente, acrescentando mais um incrível álbum à sua já interessante obra em carreira solo.