Por Anderson Nascimento
Formada em 2014, a banda paulista Olívia, formada por Luis Vidal (voz, guitarra), Mateus Albino (vocal, guitarra), João Carvalho (baixo), Pedro Lauletta (teclado e percussão) e Murilo Fedele (bateria), chama a atenção logo na abertura de seu primeiro disco, “Jardineiros de Concreto”, lançado em 2017, pela sua originalidade.
A faixa título traz música carregada de melancolia, mas ao mesmo tempo prima pelo som arejado, com letra que aponta para frente, através de sonhos e otimismo. Um começo realmente promissor.
A bonita voz de Luis Vidal é amparada por instrumentais seguros e harmoniosos, que se destacam por fugirem da cilada “over” que acometem principalmente bandas em início de carreira. No disco tudo está em seu lugar, não há arestas para aparar.
A pessimista “Carne Crua” tem pegada leve é uma das faixas mais legais do disco, novamente a banda se destaca pela originalidade de suas temáticas. Fato que se repete ao longo do disco com canções como “Não Me Leve A Mal” e como “Bartolomeu”, canção que surfa sobre o doce sabor oitentista.
A excelente sequência protagonizada por “Moicanos” e “Dorinha”, que inclusive me lembrou da temática à la Sá & Guarabyra (uau!), sustenta a força poética do disco, enquanto a Titânica “Macaco” é uma das canções mais fortes deste trabalho, trazendo apoio vocal interessante e coros decisivos.
Ao longo do disco a banda vai desenhando o seu espectro e ganhando muitos pontos com o ouvinte, um exemplo disso é a maneira bem particular que a banda tem de encaixar os versos da canção sem se ater à métrica, como comprova a ótima e suingada “Briga de Bar”.
Em resumo, a banda Olívia foi uma grata surpresa entre os discos de novos artistas que chegaram à redação do GM no ano passado. O grupo tem talento e, mais importante, tem um estilo só seu. Vale a ouvida com atenção.