Por Anderson Nascimento
Com um misto de som que evoca os Ramones, e toda a sorte de bandas que transitaram por algum segmento roqueiro nos anos setenta, oitenta, e noventa, o Gametas é um grupo de Rock carioca surgido há mais de dez anos, e que, dois anos após o lançamento do seu autointitulado álbum de estreia, agora chega ao tão esperado segundo disco.
Em seu primeiro álbum a banda surpreendeu a todos com canções que incluíam letras diretas, que vagavam entre a seriedade e a pura diversão, e musicalmente a banda se situava entre ritmos como Jovem Guarda, Glam e Punk. Nesse novo álbum, as letras continuam carregando o DNA dos Gametas, enquanto o som está mais para o Rock dos anos oitenta, incluindo nessa linha o pós-Punk, e entre as exceções está “Menina Popular”, que volta a evocar a Jovem Guarda.
Em “Supersônico” a banda reaparece com mesma linha pesada e roqueira que já é comum em seu som, com temáticas que trafegam entre o erotismo bizarro de “Vampiro Pornô” e da pseudoinocente “A Garota do Ginásio”, ao terror da ótima “Boa Noite, Almas Penadas” e da pesada “Menino Lobisomem”.
A grande surpresa do disco é “TMDA (Toque Mágico do Amor)”, cara, Paradise escrevendo uma canção de amor!? Eu juro que tentei encontrar alguma sacanagem na letra, mas só encontrei uma puta de uma música foda!
A criatividade da banda em criar músicas tão peculiares é o fator mais bacana dos Gametas. Um exemplo disso é “Teu Namorado é Gay”, faixa que mistura elementos oitentistas com o sarcasmo escancarado dos Raimundos nos anos noventa.
Já a faixa título “Supersônico” é uma ode às figuras emblemáticas do Rock – são citados Bob Marley, Led Zeppelin, Janis Joplin e Jefferson Airplane -, em uma canção de letra inteligente e reflexiva.
Reafirmando a influência dos Ramones em seu som, a banda ainda presta uma homenagem ao grupo com “Beth Cemitério”, versão para o clássico “Pet Sematary”, lançada pela banda americana em 1989.
Enquanto “Dublê de Rockstar” tem a atmosfera mascarada do Kiss, “Eu Quero Que Você Morra!” encerra o disco colocando em um mesmo balaio “Supersonic”, canção da banda inglesa Oasis, e riffs do Deep Purple.
Bom, novamente a banda se mostra como uma das grandes bandas independentes do estado do Rio de Janeiro, entregando um disco ótimo que não dá vontade de tirar do som. Então, coloque o disco pra rodar e tirem as crianças da sala, porque os Gametas estão de volta! Depois não digam que eu não avisei...