Resenha do Cd Barão Vermelho (30 Anos) / Barão Vermelho

BARÃO VERMELHO (30 ANOS) title=

BARÃO VERMELHO (30 ANOS)
BARÃO VERMELHO
2012

ABRIL MUSIC
Por Valdir Junior

Comemorando os 30 anos de lançamento de seu primeiro álbum, o Barão Vermelho o relança agora com uma nova remasterização e mais três faixas bônus sendo uma delas inédita. É notório que a banda não gostou da maneira como o álbum foi mixado na época e a comemoração dessa data foi ideal para corrigir essa questão.

Resultado da demo gravada para a banda tentar fechar um show no Morro da Urca com o jornalista e produtor Nelson Mota e que foi “roubada” pelo saudoso Ezequiel Neves após ele ter ouvido a fita (parte dessa demo pode ser encontrada no CD encartado no livro “Barão Vermelho – Por que a Gente é assim” - Ed. Globo) e a partir disso ter decido apadrinhar e cuidar do Barão, coisa que fez para o resto de sua vida.

Gravado num período de total de 48 horas com a banda “Ao Vivo no Estúdio”, o disco mostra uma banda crua, com uma vitalidade e explosão sonora impressionante, que aliada a letras poéticas de Cazuza fazem dessa estreia um dos grandes discos do mais puro Rock and Roll Brasileiro até os dias de hoje.

O disco começa com a empolgante “Pousando de Star” com Cazuza desfilando seu sarcasmo e urgência em frases diretas e provocantes, passando por “Down Em Mim” que talvez seja um dos melhores Blues já escritos em língua Portuguesa nesses anos todos e onde Frejat derrama todo desespero e angústia nas cordas de sua guitarra como um velho bluesman.

Mesmo já tendo mais de 30 anos de idade musicas como: “Billy Negão”, “Rock’N Geral”, “Por Aí” e “Ponto Fraco” continuam fazendo a alegria daqueles que querem um bom Rock and Roll pra agitar, pular, dançar e se esbaldar na vida. Um dos grandes momentos do disco é “Todo o Amor Que Houver Nessa Vida” com sua letra emblemática em que cada verso se tornou motes para toda uma geração que viveu os anos 1980.

Fechando a seqüência original do disco esta outro grande momento “Bilhetinho Azul” um Blueszinho maroto mais sincero, típico de daquelas manhãs em que acordamos e nos questionamos todos os por quês que podemos pensar e mesmo assim não perdemos a fé na vida.

As duas coisas mais legais desse relançamento são a caprichada remasterização supervisionada pelos quatro membros originais do Barão (Frejat, Guto Goffi, Maurício Barros e Dé Palmeira), que deixou o som bem nítido podendo se ouvir com clareza cada instrumento, e deixou a voz de Cazuza ainda mais presente. E a descoberta na fita máster do disco da musica inacabada “Sorte e Azar”, que agora regravada por todos integrantes originais e usando apenas a voz original de Cazuza. A música é muito bela e com o novo arranjo e versos como “Tudo é questão de não se negar nada / A Nenhuma Força que dê luz” e “E se por acaso, for bom demais / É Porque valeu” faz dessa uma das grandes musicas da dupla Cazuza/Frejat.

Como bônus também vem as faixas “Nós” que mais tarde seria aproveitada no disco “Maior Abandonado” e um take alternativo de “Por Aí”.

Como curiosidade vale lembrar que o título do disco chegou a ser planejado como o petulante nome: “Os Maiores Sucessos do Barão Vermelho”, numa tirada de sarro típica do Ezequiel Neves, mas também numa forte convicção de que o repertório inicial do Barão era carregado de qualidade e energia, e hoje, passados 30 anos, isso se comprova, visto que cada faixa carrega a vitalidade e o coração dessa grande banda.

Resenha Publicada em 11/03/2013





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