Resenha do Cd O Exercício Das Pequenas Coisas / Ludov

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O EXERCÍCIO DAS PEQUENAS COISAS
LUDOV
2005


Por Anderson Nascimento

Batida seca, teclado, e um belo vocal feminino. É assim que a banda Ludov começa o seu disco de estréia, com a música "Sério", de cara um belo cartão de visitas para quem começou a conhecer a banda através "Kripronita", o primeiro vídeo-clipe do álbum.

O disco é recheado de melodias de andamento anti-estáticas, com variações bruscas de ritmos tornando o álbum bastante dinâmico, algo raro de se ouvir em discos de estréia.
O vocal de Vanessa Krongold, é um ponto positivo na banda, porque preconceitos a parte, vocais femininos são sempre mais difíceis de serem aceitos pelo grande público em bandas de pop/Rock. A sua voz não é somente afinada, mas também firme, o que por si só já dá um peso a mais nas canções.

Influências conseguimos pescar aos montes, Beatles, Los Hermanos, Mutantes, Rock Inglês, e é justamente aí que o Ludov sai na frente, produzindo um disco de sons variados, bebendo da fonte do que há de melhor na música. Um bom exemplo disso são músicas completamente distintas como o Rock pulssante de "Dorme em Paz" e o denso pop de "Kriptonita".

"Esquece e vai sorrir" é outra faixa que surpreende pela sua beleza, lembra Los Hermanos pela sua cadência e tons tristes. Falando em Los Hermanos, a canção "Elastano", situada lá no finalzinho do disco, consegue reunir em uma só canção pitadas dos Hermanos e dos Mutantes, resultando em uma canção muito interessante.

"Sete Anos" confirma a atual tendência à explorar musicalmente o álbum "Sgt. Peppers" dos Beatles, com levadas a lá "When I'm Sixty Four", lembra um pouco também as músicas de Paul McCartney durante o Álbum Branco. Nesta música Mauro Motoki assume os vocais principais da banda. Com uma voz doce e agradável, este é mais ponto interessante da banda, apresentar dois (bons) vocalistas, sem criar abismos entre as músicas do álbum.

Em alguns momentos a banda veste mesmo a camisa do pop e ousa, como no caso da instrumental "Supertrunfo", um misto de despretensão e Weezer em uma faixa com apenas "Uh, Uh, Uh" e "Ah, Ah, Ah". Em "Gramado", mais uma inovação, um coro bem diferente, algo tipo todos cantando comigo agora, acompanhando a vocalista em determinados momentos da música.

O disco deverá agradar em cheio o público que há tempos torce pela renovação do Rock nacional, belo disco, bela banda, belos vocais, belas músicas e um próspero futuro inevitavelmente os aguarda.

Resenha Publicada em 03/07/2005





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