Por Anderson Nascimento
“Tô Na Vida” é o quarto álbum de estúdio da cantora paulista Ana Canãs. Essencialmente autoral, o disco, que tem produção dividida entre a cantora e Lúcio Maia, tem belíssimas canções e instrumental calcado em guitarras bem arquitetadas, o que torna o resultado final conciso e surpreendente.
A levada roqueira do disco já pode ser sentida na faixa de abertura “Existe” (Ana Canãs), que se destaca pelo forte instrumental roqueiro. A faixa seguinte “Tô Na Vida” (Ana Cañas, Arnaldo Antunes, Lúcio Maia), single que dá nome ao disco, é de tirar o fôlego, iniciando com apenas voz e guitarra, migrando posteriormente para um crescendo que ganha um coro sensacional, responsável por atribuir uma tonalidade setentista à canção.
Repleto de emoção, o disco reserva momentos mais afetuosos como a faixa “Hoje Nunca Mais” (Ana Canãs, Dadi) e “Um Dois Um Só” (Ana Cañas, Arnaldo Antunes), muito embora se dedique mais a Rocks como “O Som do Osso” (Ana Cañas, Lúcio Maia, Pedro Luís), “Feita de Fim” (Ana Canãs) e “Indivisível” (Ana Canãs), esta última com riffs que chegam a lembrar Rocks mais antigos.
A perfeição do trabalho chama a atenção sempre, está tudo bem ajustado, voz, instrumental, letras e arranjo, como confirmam canções como “Bandido” (Ana Canãs) e “Amor e Dor”, faixa perfeita até mesmo na construção de um refrão fácil e gostoso de ser cantado.
Com outras boas faixas como “Mulher”, canção que lembra o estilo de Rita Lee, o disco fecha conceitualmente com o Rock “Madrugada Quer Você” (Ana Cañas, Arnaldo Antunes, Lúcio Maia), faixa em que, se ouvida solta, entrega de bandeja qual é o propósito musical do disco.
Sem dúvidas “Tô Na Vida” é um dos melhores trabalhos da cantora e, além disso, posso afirmar que o disco já se candidata a figurar entre os melhores lançamentos nacionais do ano.