Resenha do Cd Canções De Amor E Morte / Uns E Outros

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CANÇÕES DE AMOR E MORTE
UNS E OUTROS
2006


Por Anderson Nascimento

Após quatro anos sem um disco de inéditas, a banda de Marcelo Hayena, voltou ao disco com “Canções de Amor e Morte”, um disco para ser ouvido, reouvido e divulgado aos seus amigos.

O então novo disco do “Uns e Outros”, banda carioca com mais de vinte anos de carreira, famosa nos anos oitenta com a música “Carta aos Missionários” que, aliás, tem agora o seu disco de estréia relançado pela Sony na série “Caçadores de Música”, é o disco que faltava para o nosso pop/Rock nacional.

Com uma linguagem e som altamente modernos, a banda mostra como deveria ser o nosso Rock de hoje. Canções inspiradíssimas, instrumental e arranjos brilhantes e a certeza de que a banda acertou em cheio nesse disco, a espera valeu a pena!

O disco, com ares conceituais, segue uma espécie de “ciclo de vida” do amor, com canções que falam do início de um amor em “O que me faz mal”, pancadaria instrumental que descreve perfeitamente o que é estar apaixonado, até um dramático fim repleto de paradoxos em “Céu e inferno”.

As canções vão te surpreendendo a cada nova faixa, em “Você pode ser feliz” tempos uma avassaladora avalanche sonora entremeada com uns “nanananana, nanananana, nanananana” que abrilhantam ainda mais a música. Momentos de explosão sonora temos aos montes nesse álbum, só pra citar, a instrumental “Para cada amor um adeus”, que encerra o disco, é um belo exemplo disso. Os momentos psicodélicos também estão lá, é o caso de “O homem invisível”, uma das canções mais bacanas e viajantes do álbum. O disco ainda abre espaço para poesias simples, porém profundas, que parecem querer lhe proporcionar um dèja vu provocante e temível, sinta isso nos versos de “Um dia de cada vez”: “quando o sol vier lhe acordar, e não lhe encontrar deitada sobre o caos esperando o fim chegar, ela vai estar de pé pra tentar viver um dia de cada vez”, nossa!

Com canções que passeiam por várias nuances que revelam os mais profundos sentimentos humanos, indo do já citado amor, ao pessimismo de “Eu matei o amor” (“eu matei o amor... ele nunca vai bater a suas porta outra vez”), passando por Rocks a lá Legião Urbana como em “Por um fio”, até chegar na única regravação do disco “Dia branco”, de Geraldo Azevedo, única regravação do disco, cantada aqui com um emocionante ar de suplício.

Em tempos de redundância musical, a banda consegue fazer a diferença ao lançar um disco que deveria ser devorado pelas novas gerações de bandas que insistem em repetir um formato batido e entediante.

Parabéns é um módico elogio à Marcelo Hayena e banda, que como resultado final entregam ao mercado fonográfico um disco que vai demorar a sair de meu aparelho de som. Que venham mais atitudes como essa, mais discos como este, porque quem sai ganhando é o ouvinte!

Resenha Publicada em 20/03/2010





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