Quando pulularam na imprensa informações sobre o novo álbum do CPM22 descrevendo o fato de a banda ter mudado o seu estilo musical para o Ska, adornado com trombones, saxofones e trompetes, fiz uma meia-boca. A arte da capa também não chamou a atenção, mas afinal de contas era o CPM22 e eu precisava saber o que estava acontecendo.

Fiquei contente com o resultado final do disco. De fato o disco difere bastante dos últimos álbuns da banda, as canções estão mais bem trabalhadas, o peso está mais dosado, mesmo assim o punch característico da banda continua presente.

De início, o disco já distribui um pouco disso tudo, “Abominável”, que abre o CD, é uma faixa vibrante, rica e tocante. A sequência com “Vida ou Morte” remete às músicas mais antigas do grupo, nesse caso imperando o Ska que a imprensa tanto falou, com destaque para o vocal de Badauí, um destaque que, aliás, serve bem todo o álbum.

O sétimo álbum da banda é recheado de boas canções como a empolgante “Filme que eu nunca vi”, a épica “Cavaleiro Metal“ e a biográfica “Março 76”, além de trazer uma curiosa (e boa) música que resume a própria história da banda e agradece aos fãs e seguidores do CPM 22. A música certamente deverá ser presença certa nos shows da banda.

Casos como o da canção “Minoria”, que possui solos de cello maravilhosos bancados por Patrícia Ribeiro, exibem um pouco da diferenciação sonora presente nesse álbum que acaba justificando os quatro anos de hiato que se estenderam desde o lançamento do seu último disco, “Cidade Cinza” de 2007.

A maturidade evocada nesse disco pode ser sentida não só pelos arranjos mais elaborados, mas também nas letras, que representam outro grande destaque do disco. Na música “Na medida certa”, umas das faixas mais calmas do álbum, essa maturidade fica claramente exposta, transformando a faixa em uma das mais bacanas do disco.

O disco certamente vai agradar aos fãs ávidos por um novo lançamento da banda desde 2007, e vai provar pra muita gente que o CPM 22 ainda é uma das bandas mais importantes do país.