Por Anderson Nascimento
A consagrada banda americana Pear Jam lançou “Gigaton” no início desta pandemia que assolou e continua assombrando do mundo. Por conta disso, a esperada turnê que comemora os 20 anos do grupo teve que ser cancelada.
De uma maneira geral, o álbum segue a linha roqueira que a banda vem praticando em seus últimos álbuns, um formato que parece que vem dando certo, produzindo alguns bons êxitos em sua fase recente. O disco também aposta no Folk, em menor escala, e economiza nas baladas.
O álbum abre com o vigoroso Rock “Who Ever Said”, canção básica e de melodia marcante. Essa pegada pode ser sentida ao longo do disco com canções como “Superblood Wolfmoon”, single com direito a momento virtuose, e toda a pinta de que vai ser um ponto alto quando as apresentações ao vivo puderem ser retomadas.
Fiquei impressionado com a terceira faixa do álbum, o single “Dance of the Clairvoyants”, por sua pegada oitentista, que chega a lembrar Talking Heads, por conta da sua batida e até do próprio vocal de Eddie Vedder, que remete à David Byrne. A canção foi o primeiro single do álbum.
O Rock se mantém ereto, com variações como a sujeira inserida na alternativa “Quick Escape”, terceiro single deste trabalho, até maneirar a mão na quinta faixa, “Alright”, que remete ao Folk. A sequência, traz uma das melhores do disco, a semi-balada “Seven O’Clock”, faixa com mais de seis minutos de duração e instrumental muito legal, em especial, gosto da bateria marcante da faixa, tocada pelo competente Matt Cameron.
O disco perde um pouco o fôlego a partir de “Never Destination”, e canções como “Buckle Up” não animam tanto. Mas cabe ainda destacar “Retrograde”, faixa calma e viajante.
O fã que esperou sete anos por um novo disco de inéditas, e mais de dois meses entre o anúncio do novo álbum e a disponibilização do mesmo, vai gostar do resultado final. É certo que o 11º álbum da banda não tem a pretensão de mudar muito o que o grupo já vem fazendo, mas o álbum diverte, distribuindo Rocks, boas melodias e boas canções.