Resenha do Cd Sinais Do Sim / Paralamas Do Sucesso, Os

SINAIS DO SIM title=

SINAIS DO SIM
PARALAMAS DO SUCESSO, OS
2017

UNIVERSAL MUSIC
Por Valdir Junior

Depois de oito anos sem lançar um disco de inéditas, os Paralamas do Sucesso quebram o hiato com o CD “Sinas do Sim”, o décimo terceiro álbum de estúdio da banda e sucessor do irregular “Brasil A Fora”. Produzido por Mario Caldato Jr. e pelos Paralamas, “Sinais do Sim” traz o trio apostando na sua sonoridade mais crua, sem floreios, onde o peso das músicas não são tão proeminentes, mas mesmo assim presente.

Desde o álbum “Longo Caminho”, o primeiro desde o acidente de Herbert, os Paralamas vêm mostrando que é nesse som básico de guitarra-baixo-bateria, cru e sujo, que suas atuais matizes e poesia, para que o melhor de suas músicas seja apresentado, com verdade e sinceridade. Em “Sinais do Sim”, Herbert, Bi e Barone usam disso e de suas raízes roqueiras para continuarem tendo coisas novas a dizer e assim mesmo serem eles mesmos.

Gravado em março de 2017, “Sinais do Sim” traz onze faixas onde se realça uma mensagem positiva, otimista e romântica que faz do disco algo inspirador para o momento em que vivemos no sentido de não nos deixarmos abater diante a dureza do dia a dia. Tomando a própria história da vida da banda como um dos exemplos, as músicas falam para continuarmos nossa jornada, resistindo com força, coragem, persistindo aos percalços da vida e buscando torná-la melhor.

Herbert, Bi e Barone vêm desde o álbum “Hoje” compondo mais em grupo, apostando na união dos três para manter a chama acesa e neste novo disco o processo se mantêm o mesmo, há uma só música composta apenas por Herbert, o rock “Blow The Wind” e três músicas de outros autores: “Não Posso Mais” uma novíssima composição pop de Nando Reis; “Cuando Pase el Temblor”, de Gustavo Cerati, guitarrista da banda argentina Soda Stereo e “Medo do Medo”, da rapper portuguesa Capicua, que aqui vira um rock bem enfezado, um dos pontos altos do disco.

Outros grandes destaques do disco são a faixa título “Sinas do Sim”, a nostalgia a lá Led Zeppelin de “Itaquaquecetuba”, “Corredor”, “Teu Olhar” uma balada climática e “Olha A Gente Aí” e “Sempre Assim”, que com seus metais são as duas únicas músicas que mais lembram o som dos Paralamas dos discos “Borá Borá” e “Bing Bang”, mas mesmo assim ainda com um som menos eufórico.

Com “Sinas do Sim” que, aliás, faz um paralelo com “O Som do Sim”, o terceiro disco solo de Herbert, lançado em 2000, os Paralamas entregam um álbum muito bom dessa nova fase da banda, um álbum maduro, direto, que olha para frente, pensando e querendo uma vida melhor, mas ciente que temos que achar no meio do chão duro do sertão, a beleza que nasce em uma única flor que desafia o sol e a secura da terra. Portanto, escute sem moderação os “Sinas do Sim”.

Resenha Publicada em 05/09/2017





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