Por Anderson Nascimento
Com batida moderna, “Dois de Fevereiro” abre o novo disco da banda cearense “Selvagens à Procura de Lei”. “Praieiro” é título do terceiro álbum do grupo e, como o nome do disco entrega, é um disco de sonoridade ensolarada e praieira.
Quando o grupo surgiu no início da década passada, a pegada trazia uma abordagem alternativa, que lembrava Strokes e outros grupos que reinaram na década de 2000. O novo disco, porém, dá uma guinada ousada mirando em levadas Ska, Reggae, regional e pop.
Mesmo com tal mudança, a banda ainda é o SAPDL que ficou conhecido após o ótimo primeiro álbum “Aprendendo a Mentir” (2011), com os característicos arranjos vocais que podem ser ouvidos na belíssima “Tarde Livre”, uma das melhores faixas do álbum, e no delicioso petardo oitentista “Bastidores”.
O disco é repleto de boas canções como “Sangue Bom”, “Lua Branca”, que tem pegada roqueira, mas o momento que melhor define o álbum é mesmo a faixa título “Praieiro”, que apresenta tema inteiramente instrumental que chega a lembrar pepitas dos gênios do gênero The Beach Boys.
Curiosamente o grupo ainda investe em sons que evocam a MPB de Gilberto Gil dos anos 1980 com no caso da política “Guetos Urbanos”. Vale citar também a canção de exaltação ao Rock “O Amor é Um Rock 2”, único momento puramente roqueiro do disco, na qual são homenageados Tom Zé, Raul Seixas e Arnaldo Baptista.
Produzido por David Corcos o disco, que teve a ajuda de um bem sucedido programa de financiamento coletivo que arrecadou cerca de 40 mil Reais, os Selvagens mostram que estão firmes com a sua música que parece melhorar e amadurecer a cada álbum.