Por Anderson Nascimento
O cantor e compositor Paulo Ho lançou recentemente o seu primeiro álbum “Ex-Companheiro”, apresentando dez canções autorais de teor pessoal, que segundo o artista é o resultado de um processo de evolução e crescimento pessoal.
Musicalmente o disco espalha sonoridades diferentes, como o blues “Ex-companheiro”, que abre e dá nome ao disco, e a batida eletrônica de “E”, que encerra o álbum. Mesmo com a pluralidade sonora, o disco às vezes vai além em determinada nuance, como o artista faz na ótima “Sempre Fui a Mulher de Alguém”, faixa que chega a lembra uma noitada na balada.
O disco também passa por momentos mais minimalistas como “Distrito”, que passa a impressão de estarmos ouvindo uma demo em seu início, e a ótima “Pergunta”, que inicia com acústica, mas depois traz uma série de texturas em seu desenrolar.
Entre os melhores momentos estão, além da faixa título, a tensa “Paraíso Ocasional”, faixa de letra interessante, e “Herança”, que apresenta um bonito trabalho vocal. Vale destacar também “Guerra de Gorila”, canção de alma roqueira, mas que urde um pouco de eletrônica.
Levando em consideração a longa vivência teatral de Paulo Ho, acredito que as canções ainda tenham um viés mais plástico, o que pode fazer as canções crescerem mais em sua turnê, que tem direção musical de Lucas Vasconcellos (Letuce), responsável também pela produção do álbum.