Diogo Monzo é brasileiro descendente de italiano e, envolvido com a música desde sempre, iniciou tocando pandeiro, até se dedicar inteiramente ao piano, instrumento em que se bacharelou no Centro Universitário Conservatório Brasileiro de Música (RJ).
A deliciosa música instrumental de Diogo Monzo passeia pelo Samba fino de Antonio Carlos Jobim e Ernesto Nazaret, entre outros, mas é na lavra natural que o pianista se concentra na maior parte do disco.
Porém, uma característica que chama a atenção no álbum é que há democracia entre os instrumentos, fugindo do destaque óbvio que ocorre em geral em discos centrados no piano. Em “Segredos” (Diogo Monzo), por exemplo, a bateria de Di Stéffano tem um momento solo maravilhoso. Em “Samba de Uma Nota Só” (Antonio Carlos Jobim, Newton Mendonça), há o embate entre o piano de Diogo Monzo e a percussão de Carlos Pial. Já em “Meu Samba Parece Com Quê?”, faixa que dá nome ao álbum, há uma forte marcação com o baixo de Hamilton Pinheiro que faz a cozinha com a bateria, para que o piano possa reluzir no êxtase da faixa.
“Nosso Pai Que Estás Nos Céus” (Nabor Nunes Filho) é um dos momentos mais sublimes do álbum. A canção agrega percussão que roça a música nordestina, e possui uma lindíssima interpretação de toda a banda.
O disco vai agradar aos que curtem a valiosa música instrumental, sobretudo Jazz e Samba instrumental, para saciar aqueles momentos onde queremos paz e bem-estar.