Por Anderson Nascimento
A batida doce e dançante de “Tímidos Românticos” (Liminha, Paula Toller), logo na abertura de “Transbordada”, quarto álbum da carreira solo de Paula Toller, lançado nos últimos dias de 2014, anuncia de que o som da cantora mantém a linha Pop nesse novo álbum.
Apesar de não ser unicamente o mote do CD, que também agrega outras levadas como o Rock, essa sonoridade aparece em vários outros momentos como “Calmaí” (Liminha, Paula Toller), faixa marcada pela bateria segura de Adal Fonseca (ex-Engenheiros do Hawaii), que já toca com a cantora há algum tempo. Esse também é o caso da funkeada “Já Chegou a Hora” (Liminha, Paula Toller), terceira faixa do disco, que fecha o ciclo mais Pop do álbum.
Repleto de canções agradáveis, o disco abriga a ótima “Será Que Eu Vou Me Arrepender” (Liminha, Paula Toller, Arnaldo Antunes), folk construído sobre surpreendente arranjo, e que conta com a participação de Hélio Flandres (aquele mesmo que “só acredita no semáforo”) nos vocais.
Com bom repertório, a cantora não deixa de lado as baladinhas, embora aqui elas sejam menos açucaradas. Nessa linha estão canções como “O Sol Desaparece” (Liminha, Paula Toller) e “À Deriva Pela Vida” (Beni Boja, Paula Toller, Liminha), no caso da última com um leve tempero jamaicano.
Além de dividir o repertório autoral do álbum com Paula Toller e produzir o álbum, Liminha também toca em todas as faixas. Quem também aparece no disco é João Barone (Os Paralamas do Sucesso), responsável pela batida firme na faixa “Ohayou” (Liminha, Paula Toller), uma das melhores de todo o álbum.
Com mais de trinta anos de carreira Paula Toller apresenta mais um trabalho seguro, envolvente e que jamais foge daquilo que ela sempre soube fazer com qualidade.