A sujeira e os vocais afundados na parafernália instrumental de “Hollow”, faixa inicial de “The Devil Put Dinosaurs Here”, quase simula uma viagem no tempo, relembrando de forma competente o início da carreira do Alice in Chains. E é exatamente nos momentos de autocelebração que o novo disco da banda se sai melhor.
O fato de canções como a citada, e faixas como “Pretty Done” ou como a boa faixa título, seguirem a essência do grunge dos anos noventa, pode jogar contra também. Dessa forma, o maior ponto fraco do disco é a repetição que, salvo momentos como “Scalpel” e a arejada “Voices”, a banda corre atrás do rabo em boa parte do álbum.
Entretanto, no geral, o disco reserva momentos bacaníssimos, caso da virulenta “Stone”, petardo que capricha em um riff incansável e interessante. Da mesma forma, “Choke”, a faixa que encerra o disco, também figura entre as boas faixas do disco, muito disso pelo fato de arejar o disco com uma sonoridade um pouco diferente do que é encontrado na maior parte do álbum.
Com vinte e seis anos de carreira, o novo trabalho da banda é apenas o seu quinto disco de carreira, e segundo com o novo vocalista William DuVall, o que marca um importante ponto em relação à consolidação do som característico do Alice in Chains com a formação atual da banda.