Por Anderson Nascimento
Como o hiato de sua banda “The Raconteurs” parece duradouro e interminável, muito por conta da hiperatividade de seu parceiro, o onipresente Jack White, Brendan Benson acaba de lançar “What Kind of World”, disco que consolida o grande talento do músico americano.
O quinto álbum solo de Benson começa pra cima, com a faixa título, um Rock que consegue reunir nuances açucaradas, roqueiras e retrô ao mesmo tempo. Mais a frente notamos que o seu novo disco agrega um pouco de tudo aquilo que estamos acostumados a ouvir de Brenson, com a ressalva de que as canções ganharam produções mais elaborados, ainda que nada suntuoso ao ponto de parecer fake.
É claro que as baladas não podiam faltar, e nesse disco Brendan vai fundo na melancolia de “Bad To Me”, canção pop e radiofônica, no melhore estilo Benson, que tem a capacidade de passar longe das obviedades comuns a algumas canções do gênero. “No One Else But You”, não é exatamente uma balada, apesar de surfar no estilo, e traz um final épico e levada que lembra a sonoridade dos Beatles (principalmente Paul), sempre presente no trabalho dele, com direito à guitarrinha a lá George Harrison.
Mas a verdade é que o Rock básico está mesmo em alta nesse novo conjunto de canções do artista. Ecos de anos sessenta reverberam na ótima “Light of Day”, com um precioso trabalho vocal, e respira o alternativo da década passada em “Met Your Match”, faixa que, junto com “Here In The Deadlights”, representa bem o som do início da carreira de Brendan Benson.
As letras também vão direto ao assunto, caso de “Keep Me”, música que poderia muito bem estar em um álbum do Racounteurs, e revelem-se tensas, em alguns momentos, caso de “Happy Most of The Time”.
“What Kind of World” não só cumpre as expectativas, como também acerta em cheio em todos os quesitos, sendo já disparado o melhor trabalho solo de Brendan Benson.