Por Anderson Nascimento
Por mais que seja inevitável uma comparação rápida com o Nirvana e com toda a galera responsável pela avalanche sonora do Grunge nos anos 90, a banda gaucha “Badhoneys”, composta por Rodrigo Souto, Giana Cognato e Stefano Fell, mostra em seu primeiro EP, gravado no início do ano, que tem muito mais a oferecer.
Quando a climática “Vulnerable”, faixa de abertura do EP, começa a rolar, várias outras referências saltam aos ouvidos, no caso dessa música, percebemos logo a influência do som alternativo pré-Grunge que permeou a cabeça da geração dos anos oitenta como opção ao pop farofa que imperava na mídia, principalmente a partir da segunda metade da década.
Nas faixas “Ranaway” e “Last Day” a banda vai mais longe e surfa no que a banda “Blondie” fez de mais áspero antes de enveredar de vez para o New Wave, e aqui, com o Badhoney, observamos o quão interessante pode ser a sonoridade de uma banda que nitidamente toca o que gosta.
Já a comparação óbvia com o Nirvana vem em “B Sad”, que com o vocal arrastado da cantora Giana, ganha dramaticidade e virulência em uma canção que poderia ter sido lançada em qualquer momento dos anos 90.
“Pisces Eyes”, em seus mais de cinco minutos encerra a boa estréia do trio com uma boa dose de virtuosismo de cada um dos integrantes do “Badhoney”, com uma bela levada instrumental e vocais potentes, a canção é uma espécie de sumário caótico do primeiro EP da banda.
“Badhoney” é a opção certa pra quem sente saudades do Grunge e dos tempos em que opções para um Rock levado a sério não faltavam. Certamente não vão faltar pedidos para que a banda lance logo o primeiro CD, porque seguramente vem muito mais pó ai.