Por Anderson Nascimento
Não agüento mais ouvir “Amor e Sexo”! É o que muita gente já está falando do primeiro hit do novo disco de Rita Lee. A música, parceria entre Rita e Roberto com Arnaldo Jabor, ganhou uma super exposição nas rádios e na tv, o que de fato a tornou já bastante manjada. Mas um novo clássico da música normalmente enfrenta esse “problema” que, nesse caso, só prova que Rita deu um belo cartão de visitas para o seu novo álbum.
Rita Lee, não lançava um álbum autoral desde 2000, quando soltou o cd “3001”, e vem com tudo neste álbum para retomar a sua boa fase perdida desde meados dos anos 80. Este novo álbum traz todos os ingredientes tradicionais de um disco da Rita Lee, um hit avassalador (“Amor e sexo”), uma música para causar polêmica (“As minas de Sampa”) e uma canção viajante (“Nave Terra”).
Talvez por seguir esta fórmula, “Balacobaco” se sai tão bem. Há quem não goste da fase oitentista de Rita, talvez estas pessoas não vão gostar deste disco, que queiram ou não remete completamente à fase pop-dançante da cantora. Isto pode ser muito bem notado nas faixas “A fulana”, “Copacabana Boy” e na belíssima e candidata à hit “A Gripe do Amor”, com a participação do DJ Memê.
O habitual humor sarcástico e mordaz de Rita também está bem representado no disco, é o caso da já citada “As Minas de Sampa”, que recentemente causou um mal-estar com os seus conterrâneos justamente no aniversário da cidade de São Paulo, além da inusitada gravação de Rita Lee para uma escatológica música do cantor e compositor Moacyr Franco “Tudo Virar Bosta”, que tem tudo para fazer sucesso entre as crianças, minha filha adorou a música. Falando em regravação, o disco ainda traz uma canção inédita dos Tribalistas, “Já te falei”, que além de ser uma bela canção, acompanha também um belo arranjo incluindo tabla e cítara. Rita Lee ainda encaixa o clássico “Over The Rainbow”, destilando um inglês perfeito e uma interpretação à altura da música.
As tradicionais viagens que acompanham Rita desde o tempo dos Mutantes são representadas pelas músicas “Nave Terra”, uma medonha oração de ode ao planeta terra, “Eu e mim”, que deixa a desejar por ser nonsense demais, e “Hino dos Malucos”, que chega a lembrar os primórdios de Rita Lee nos Mutantes.
Rita Lee chega a ser brilhante neste álbum com a música que dá nome ao cd, “Balacobaco”, onde ela descreve um dia na vida de uma empregada doméstica. Muito bom mesmo.
A recepção do público foi muito boa, fato que foi consolidado pelas recentes apresentações de Rita Lee no lançamento do álbum, todos os dias com lotação esgotada.
Por fim, posso afirmar sem medo de errar que este é o melhor álbum de Rita em muitos anos.