Resenha do Cd Despertar / Alan James

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DESPERTAR
ALAN JAMES
2018

DISCOBERTAS
Por Anderson Nascimento

Para quem ainda não conhece, Alan James é um músico que frequenta o cenário alternativo carioca há anos. Também esteve presente em participações em discos de amigos, e fez parte de bandas como a Geminianos, que lançou discos e teve clipe exibido em alta rotação na TV.

Finalmente o artista chegou ao seu primeiro trabalho verdadeiramente solo, lançado em agosto pelo Selo Discobertas e disponível em diversas plataformas de streaming. Alan James apresenta em “Despertar” 11 canções inéditas que conectam o ouvinte às suas principais referências musicais.

O disco não poderia começar melhor com o Rock “Baby Let’s Go”, com arranjo que remete a trabalhos produzidos por Jeff Lynne, mas que é Stoniana até o talo. A canção é fruto da parceria com o amigo Anderson R-VOX, autor da letra e melodia da canção.

Mesmo que o disco seja muito bem tocado em sua totalidade, não há como não destacar a força das guitarras e pianos no trabalho. “Uma Estrada Melhor”, por exemplo, vai remontar a vibe de George Harrison em sua também frutífera segunda fase nos 70s.

Já a baladinha “Outro Lugar” traz um piano encantador como protagonista, guiando a canção rumo ao que o disco te entrega de melhor e aqui, há diversas influências no ar, difícil citar uma, mas há Rock e Pop nacional da melhor qualidade.

“Menina do Quintal” foi o primeiro single do disco, ganhou clipe, inclusive, e traz uma atmosfera que remonta um fictício encontro entre Beach Boys e Clube da Esquina, sobretudo por conta de sua camadas, coros e efeitos vocais.

“Bem Aqui” é outro grande momento do disco, destacam-se aqui os arranjos vocais e a performance vocal de um Alan cantor. Novamente há muito de Beach Boys nessa grande faixa, repleta de nuances e arranjo primoroso.

Muito se falou sobre a experiência anos 60/70 presente no álbum, mas também há resquícios oitentistas entranhados no disco. “Dama da Noite”, é uma dessas canções, ela traz consigo um balanço soft, e é outro bom momento. Para a canção, Alan passa a voz por uma caixa Leslie (de órgão), causando um efeito que acaba urdindo a voz aos instrumentos. Realmente o resultado ficou diferenciado, mas eu gostaria de muito de ouvir a canção sem o engenhoso efeito.

O trabalho tem toda a concepção vintage, seja na arte, no instrumental, coros (ouça o maravilhoso arranjo vocal de “Terno e Eterno”), e até na inclusão de um “reprise” instrumental de “Menina do Quintal”. O disco tá gritando por uma versão em vinil!

Outro destaque é a instrumental “Visconde de Mauá”, canção batizada com o nome da cidade em que foi composta, que é quase uma homenagem ao Black Sabbath, sim, há faixas nervosas no disco!

Outro destaque é a instrumental “Visconde de Mauá”, canção batizada com o nome da cidade em que foi composta, que é quase uma homenagem ao Black Sabbath, sim, há faixas nervosas no disco! Ainda no campo das influências, vale citar que há algo de Paul McCartney no pianinho tocado em “Amplificar Sentimentos”, faixa de explicita a influência de Ben Folds.

Inspirado no que há de melhor na música, o talentoso Alan James desperta como artista solo, e deve entender com este álbum que a sua relevância enquanto artista, e agora a de seu trabalho solo, é algo que este país e (principalmente) este musicalmente combalido estado do Rio de Janeiro, precisa demais. Desejo muita sorte ao Alan James nessa nova fase, e que os caminhos de seu “Despertar” estejam abertos, para que o disco possa encantar mais pessoas Brasil a dentro.

Resenha Publicada em 07/09/2018





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