Resenha do Cd Tropix / Céu

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TROPIX
CÉU
2016

SOM LIVRE
Por Valdir Junior

Desde 2005 quando foi lançado o seu aclamado primeiro álbum, a cantora Céu vem a cada novo disco se consolidando como uma das cantoras mais relevantes e talentosas da MPB. Com o lançamento agora de seu quarto álbum, “Tropix”, Céu se põem à prova, apostando num trabalhado ao mesmo tempo mais autoral, inquietante, com uma sonoridade onde, passado e futuro, dialogam numa mesma pauta.

Nos seus álbuns anteriores Céu, antenada com as novas tendências, fez a alquimia perfeita e sagaz do melhor da MPB com o samba, jazz, trip hop, reggae, bossa nova e a world music, construindo uma obra musical que se diferencia tanto pela qualidade das composições de Céu com seus parceiros musicais, quanto pela bela e hipnotizante voz da cantora.

Para esse novo trabalho, produzido pelo baterista Puppilo da Nação Zumbi e pelo francês Hervé Salters, do grupo de electropop General Elektriks, Céu, em clima bem noir, revisita a tropicália com seus experimentalismo e transgressão, usando uma roupagem eletrônica e muito pop, que lembra um pouco, mas não na mesma pegada, o trabalho mais recente de Gal Costa com os álbuns “Recanto’ e “Estratosférica”, ficando um pouco próximo do som da banda Tame Impala, em seu último álbum “Currents”.

Um elemento que é responsável direto pela sonoridade de “Tropix” é o fato de Céu usar como banda para gravar o álbum, um power trio em que a guitarra é deixada de lado e os teclados e programações assumem a frente, o trio formado por Pupillo na bateria, Lucas Martins no baixo e Hervé Salters nos teclados, é a base perfeita para essa nova leva de composições de Céu e no seu minimalismo conseguem de forma simples produzir uma música nova, fresca e inebriante.

O amadurecimento de Céu como compositora, fica evidente na qualidade das músicas com destaque para as faixas como “Perfume do Invisível”, primeiro single e vídeo do álbum, “Amor Pixelado”, “Varanda Suspensa”, “Etílica / Interlúdio” que tem a participação da cantora Tulipa Ruiz. Outras faixas que se destacam também são “Sangria”, “Rapsódia Brasilis” e a excelente regravação de “Chico Buarque Song” da banda Fellini, onde Céu dá um show de interpretação, fazendo a música virar um verdadeiro hit pop.

É preciso resaltar que se deve ouvir o álbum com atenção e mente aberta, para uma melhor e maior degustação de todas nuances que “Tropix” nos proporciona. Tão envolvente e viciante quanto aos outros discos da cantora, “Tropix” até o momento é o melhor álbum nacional lançado nesse ano e talvez o melhor disco lançado por Céu até agora.

Resenha Publicada em 05/04/2016





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