Por Anderson Nascimento
Que bom que a arte deste DVD, porcamente adaptada de sua versão em Blu-Ray, não traz nenhum impacto ao conteúdo didaticamente executado pelo Foo Fighters, ensinando à nova geração o que é, de fato, Rock and Roll.
Dave Grohl soube como ninguém arquitetar lenta e cuidadosamente a criação da sua banda. Inicialmente concebida como uma espécie de “exército de um homem só”, o Foo foi sendo costurado aos poucos, chegando ao formato como conhecemos hoje, e no topo entre as bandas que fazem Rock.
Neste DVD, gravado nos shows dos dias 6 e 7 de junho de 2008 e assistido por 165 mil pessoas, o grupo desfila dezoito músicas, sendo a maior parte delas, sucessos acumulados desde o seu primeiro álbum, autointitulado, lançado em 1995, até o disco “Echoes, Silence, Patience & Grace”, lançado em 2007.
Não é preciso citar a excitação de um Wembley lotado à medida que hits como “Times Like These”, “Learn To Fly”, “Breakout”, “Monkey Wrench”, entre tantos outros Rocks, são enfileirados pela banda. Ao longo das poucas baladas do DVD, a plateia também se mostra afiada e acompanha em côro canções como “My Hero” e “Everlong”.
O belo show do Foo Fighters, alterna momentos de técnica, e outros de pura vitalidade e emoção, só isso já bastava para tornar esse DVD mais um dos muitos testemunhos que atestam a qualidade e a importância da banda nos dias de hoje. Mas somos também gratos pela grande surpresa da noite, a presença de John Paul Jones e Jimmy Page, ou seja, 50% de uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos, o Led Zeppelin.
Juntos, o Foo e os convidados tocaram “Rock And Roll”, com o baterista Taylor Hawkins no vocal e Dave na bateria, e “Ramble On”. O baterista, que já havia assumido os vocais em “Cold Day in The Sun”, mandou bem com sua voz rouca (será esse um atributo essencial de bateristas que cantam?), e a galera presente teve uma oportunidade daquelas que não se vê todos os dias.
A banda encerrou o DVD com uma, como de costume, inflamada versão de “Best Of You”, revelando um Dave Grohl emocionado e talvez ainda incrédulo, quanto a potência de seu Rock e quanto ao patamar alcançado pelo seu Foo Fighters, como se não pudesse acreditar que nada poderia ser melhor que aquilo. Mal ele sabia que três anos depois o Foo Fighters subiria mais alguns degraus, em sua já brilhante carreira, com o seu álbum “Wasting Light”, que faturou nada menos que cinco Grammys.