Resenha do Cd Born To Die / Lana Del Rey

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BORN TO DIE
LANA DEL REY
2012

UNIVERSAL MUSIC
Por Tiago Meneses

Todo início de ano começam a aparecer novos nomes apontados como a sensação da temporada, Lana Del Rey é uma dessas apostas pra 2012. Após um enorme investimento publicitário por cerca de 4 meses através de países da Europa e a divulgação de dois vídeo clipes, finalmente o seu álbum de estréia chega as prateleiras. Intitulado “Born To Die”, o álbum vem dividindo opiniões entre os críticos que vão desde as que colocam a cantora de fato como um grande trunfo às que simplesmente execram Lana Del Rey como algo medíocre e nenhum pouco digno do alarde causado pela expectativa do seu lançamento. Creio que ambos os lados estão errados, um álbum é muito pouco pra se colocar um status definitivo a alguém, seja qual for, e por isso, prefiro manter a cautela na hora de avaliar “Born To Die” ou Lana como um todo.

O álbum é extremamente bem produzido, fato que poderia ser digno de elogios de todos, acabou por ser um dos pontos de reclamação de muitas pessoas, pois toda a força e perfeição da ótima produção encontrada por trás das interpretações de Lana em cada uma das faixas tiram a fragilidade e melancolia aparente das situações encontrada nas letras de muitas de suas músicas. Letras que em muitas faixas também podem ser vistas como o que de menos é inspirado no álbum.

A faixa de abertura é a homônima ao álbum, “Born To Die” também pode ser vista como um dos pontos altos do trabalho. Com uma bela interpretação e um vocal extremamente lúbrico sobre uma batida de R&B, a canção ainda ganha mais beleza ao ser reforçada por uma orquestração de arranjos melancólicos que dão um toque especial no resultado final. A segunda faixa do álbum é “Off to the Races”, um Hip Hop com reforço de arranjos orquestrais, uma boa batida e vocal de mistura imponente e fragilidade com extrema sensibilidade e bom gosto.

A terceira faixa de Born To Die é “Blue Jeans”, com uma batida extremamente minimalista tem um ar de modernidade sem perder algumas tendências retro, o refrão da música soa em um tom bastante sentimental, ótima música. A próxima parada do álbum, “Video Games”, também já é uma música bastante conhecida, passando nas rádios e tendo seu clipe exibido com freqüência em canais musicais, é uma canção de um clímax muito delicado, cadenciada por um arranjo sinfônico, piano melancólico, passagens de harpa, momentos de suaves rufos de tambor sob um romântico vocal de Lana que é puro enlevo.

Com “Diet Mountain Dew”, inicia-se a quinta faixa de Born To Die, em uma musicalidade bem ao estilo R&B, novamente com bastante simplicidade e explorando um tom mais irreverente, a cantora agora opta inclusive por sair da estrada de atmosfera penosa que o álbum estava caminhando, tendo aqui e, guardada as devidas proporções, uma faixa de ar mais alegre. Seguindo com “National Anthem”, calcada em levada Hip Hop sobre uma bela cama de instrumentação orquestral, tem uma produção impecável, um coro de refrão em tom emocionante também é um ponto alto da faixa que é uma das mais bonitas do álbum.

Na sétima faixa, “Dark Paradise, encontra-se uma interessante batida, boa idéia de climatização sonora composta novamente por um pano de fundo orquestral, vocal imposto com grande desenvoltura e encantamento, é mais um belo trabalho de beleza, sensibilidade e melancolia a compor o álbum. O momento agora é de “Radio”, mais uma amostra de Hip Hop com fundos orquestrais de bom resultado, a faixa tem uma influência em Madonna, com um coro no refrão que contém um belo lirismo por parte de Lana deixando a música bastante agradável no seu todo.

O 9º capítulo da jornada se chama “Carmem”, sinceramente, uma faixa que não me chamou atenção, mais uma vez trata-se de uma canção de ar lutuoso como bem fez a cantora em boa parte do álbum até aqui, uma batida desinteressante com um uso de coro no refrão a intensificar a atmosfera da música, mas mesmo assim, ela ainda se mantém artificial. Ainda que não seja algo a se classificar como ruim, em nada prende a atenção também. Em “Million Dollar Man”, Lana lamenta de forma emotiva um caso de amor que não deu certo através de uma extremamente simples balada ao estilo bluesy. Não é uma grande faixa, mas não compromete em nada a qualidade geral do álbum.

A penúltima parada é em “Summertime Sadness”, com uma parte do refrão até mesmo viciante em que ela diz várias vezes o nome da música, a faixa me remeteu imediatamente a algum trabalho da Rihanna pela forma em que é executad a levada da batida. O álbum fecha de forma boa através de “This Is What Makes Us Girls”, novamente um Hip Hop com uma atmosfera forte tem como único problema a fragilidade do vocal de Lana em acompanhá-la, mas ainda assim, consegue soar interessante com uma bela e tímida melodia orquestral durante a música que cresce no seu final.

Com “Born To Die”, Lana Del Rey finalmente colocou sua “cara a tapa” diante de tantas expectativas acerca de sua estréia, recebendo críticas de todos os tipos o álbum pode não ser tudo o que a imprensa esperava dele, mas mostra uma artista segura do tipo de som que gosta de fazer e de opinião própria, não ligando muito pra comentários que detratam de forma ferrenha a sua obra. O primeiro capítulo da sua carreira musical foi bastante interessante e até mesmo animador, podendo deixar a cantora de uma forma ou de outra nos holofotes por um tempo necessário a trabalhar em um segundo álbum, quando assim poderemos avaliar de forma mais justa se Lana Del Rey realmente será um nome a marcar de forma diferenciada na música.

Resenha Publicada em 15/02/2012





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