Por Anderson Nascimento
Com riff forte e marcante de linhagem típica do Rock sulista brasileiro, a banda “Brinquedo Velho” abre o seu primeiro disco com “Brilho Eterno”, faixa que já revela o bom tino do grupo em confeccionar boas letras, capazes de transmitir mensagens diretas em forma de canções. A sequência, com a faixa que batiza o disco, “Bom Dia, Mundo”, toca em sentimentos primários do ser humano, despindo as pessoas de qualquer preciosismo, e é candidata a ficar grudada em sua cabeça.
A banda é formada por amigos de longa data, tendo a cozinha formada pelos irmãos Jacson Oliveira (baixo) e Abel Oliveira (bateria), que juntos fizeram parte da banda “Casa Verde”, enquanto o vocalista e guitarrista Fred Rubim (que fez parte da banda “Herói”), trouxe o seu cunhado Angelo Possati para integrar o grupo e defender a outra guitarra.
E essa integração entre os componentes do grupo se reflete em sua música, caracterizando a banda sob diversos aspectos. Uma dessas características é a habilidade em defender faixas rápidas e diretas, como provam “Astro-Rei”, canção de ode ao sol e às suas propriedades motivadoras, e a melódica “Suspeito Que Amar”.
Das poucas baladas do disco, “Tua Dúvida” é carinhosa e original, fugindo das óbvias declarações de amor. Aliás, o amor contido nesse disco não se opõe a desaparecer quando existe a necessidade de um “choque de realidade” ser desferido, como acontece na melancólica “Ninguém Te Quer”.
A criatividade é outro aspecto importante no grupo, como revela a esperançosa “Casa Verde”, onde a banda chega a beirar o bucolismo, e também nos acordes e arranjos corretamente alinhados na deliciosa e vintage “Amanheço”, que fecha este disco honesto e valioso.
Lançado de maneira independente (e até um pouco artesanal) a banda faz uma excelente estreia, e tem o cacife de já conseguir mexer com emoções das mais diversas possíveis em nosso “eu”. Mais um ponto positivo para o Rock da região sul desse país, sempre inventivo, original e instigante.