Baseado em uma sonoridade que evidencia e joga foco nas letras das canções, Carlos Zanettini apresenta o seu primeiro disco “Amor No Vazio”, calcado em canções que flertam com o Folk e o Rock, com ecos de alternativo e até mesmo um pouco de gótico.

Mesmo não sendo um disco de fácil degustação, a aposta do cantor e compositor gaúcho é em uma climática conjunção de melodias que fazem uma cama perfeita para as suas canções.

Isso se dá desde a introdução do álbum, em uma semi-inteligível e apocalíptica percepção cotidiana em uma cidade, que precede a progressiva “Na Galeria”.

Seja na viajem da canção “Experiência” ou no pedido de ajuda em “Superhomem” o certo é dizer que as canções do disco estão diretamente relacionadas, o que justifica a afirmativa de Carlos Zanettini publicada em seu site: “...basta ter o ouvido receptivo a novidades e apreciar na integralidade um artista cuja única intenção é ser autêntico”.

E se por um lado faltam momentos de mais musicalidade, por outro a ambientação proporcionada pelos instrumentos e efeitos, o que talvez seja a proposta principal da música presente no disco, tem a capacidade de te transportar direto para o cenário da canção. Ouça “Caverna” e você vai entender o que eu estou dizendo.

“Amor no Vazio” é, de fato, um álbum para se entender, onde se entregar aos temas e mergulhar de cabeça em suas canções é tarefa obrigatória.

As influências vão de João Gilberto à PJ Harvey, mas há de se convir que todas essas influências soam apenas como um ponto de partida para o trabalho autoral de Carlos Zanettini, uma vez que o seu estilo é realmente bastante original.