Por Anderson Nascimento
Com mais de 35 anos de carreira, Edu Gomes lançou em 2021 seu novo álbum “Ventura”, 22º disco, se contarmos seus trabalhos solo e os discos que fez, entre outros, com a banda A Irmandade do Blues, grupo que ele fez parte ao longo de 20 anos.
A faixa de abertura vai lembrar o BRock que tanto influenciou as gerações dos 80s e 90s e a fluência levemente roqueira do disco pode ser sentida já na abertura de “Êxtase”, uma das faixas mais bacanas do disco, chega dá pra imaginar uma letra pra ela.
Outro destaque é a faixa “Alegria”, riquíssima musicalmente, faz lembrar intervenções guitarrísticas de gente como George Harrison, e que também traz vocalizações e uma safra de notas felizes no seu terço final.
Uma característica do álbum é trazer canções com nomes curtos, com palavra única que resume estados de espírito como “Êxtase”, “Alegria” e “Esperança”, ou ainda verbos que transmitem sensações otimistas como “Despertar” e “Permitir”. Bacana encontrar paralelos de tais sentimentos em cada uma das canções. Também pudera, já que este disco, assim como o anterior, foi produzido durante as incertezas e o isolamento da Pandemia do COVID-19.
Sintomaticamente o disco encerra com “Esperança”, que aqui não apenas representa o nome da canção, mas aquele sentimento que cada um de nós, sobreviventes, nutre dentro de si, ou seja, dias melhores, saúde e aquele olhar pra frente rumo a um horizonte menos hostil. Eu ouvi tudo isso na canção ou estou enganado?
Trabalho plural, mas com a unidade que os anos como produtor musical lhe conferiram, “Ventura” e um disco para ser ouvido na íntegra, seguindo a ordem das canções proposta pelo artista.
O álbum está disponível nas plataformas digitais, como o Spotify, mas bem que merecia uma versão em formato físico.