1° - THE SIMILITUDE OF A DREAM2016
NEAL MORSE BAND
2016
Por Tiago Meneses
Um dos discos mais aguardados do ano pelos amantes do estilo fez jus às expectativas criadas em cima dele. Melhor álbum de progressivo do ano, ao contrário do que o músico costuma fazer em seus discos, aqui não existe épico, mas muitas ideias em faixas menores ao longo dessa jornada baseada no livro “O Peregrino”, escrito pelo pastor, John Bunyan. Em “The Similitude of a Dream”, Neal Morse canta com o coração, possui excelentes seções instrumentais variando entre o típico progressivo sinfônico e o heavy prog em atmosferas bem obscuras, principalmente por conta dos teclados vintages e soberbos de Bill Hubauer. Mas “Similitude of a Dream” é o que é graças a um trabalho em conjunto sensacional entre todos os músicos.
2° - FOLKLORE2016
BIG BIG TRAIN
2016
Por Tiago Meneses
Seguindo firme como uma das maiores bandas de rock progressivo do cenário atual, Big Big Train novamente não decepcionou através do seu mais novo disco, “Folklore”, podendo assim dar um passo adiante e sentar no trono do prog contemporâneo depois de seis lançamentos seguidos de extrema qualidade. Excelente produção, arranjos claros e limpos, melodias magnificas, letras que trazem uma narrativa condizente com a música apresentada e uma banda completamente entregue ao seu poder criativo. Vale ressaltar também os vocais de David Longdon, que não parece está contente em somente ser comparado a Gabriel/Collins, buscando e encontrando uma identidade própria agora.
3° - HAIR IN A G-STRING (UNFINISHED BUT SWEET)2016
COLIN TENCH PROJECT
2016
Por Tiago Meneses
Guitarrista da banda Corvus Stone, Colin Tench é um músico de mão cheia. Em seu primeiro projeto solo já produziu um disco no mínimo sensacional. Apesar da sua formação clássica não ser exatamente de guitarra, facilmente nota-se toda a sua influência dentro da maneira de tocar o instrumento. Devido a sua formação ele não apenas estabelece um padrão de acordes, mas pensa em melodias onde cada nota tem que está no exato lugar e comprimento, bem como faziam os compositores clássicos. Embora os músicos contribuintes tenham obtido muita liberdade para preencher as suas partes, Colin Tench é o principal compositor, tornando a música aqui diferente da Corvus Stone, que tem suas ideias com base nos diferentes membros. Talvez uma forma de ver o álbum até como algo mais coerente. Belíssimo.
4° - THE CLOCKWORK FABLE2016
GANDALF'S FIST
2016
Por Tiago Meneses
Uma ópera-rock com mais de três horas e dez minutos de duração distribuída em três CDs, foi sem dúvida o projeto mais audacioso do ano. O álbum não é sempre musical, mas variado entre música e histórias contadas por atores contratados unicamente para isso e permitindo que as canções respirem e conduzam o humor do álbum, fazendo o conceito funcionar muito bem. As faixas são variadas e bem produzidas, cruzando uma gama de estilos e a história é totalmente envolvente e única. Apesar de ser um disco com tantos detalhes ele flui de maneira bastante agradável e pouco complicada. Um ponto que talvez não agrade todo mundo é o número de faixas/diálogo, mas aos que não querem adentrar na história, podem ouvir apenas suas partes musicadas e ainda assim ficar encantado com o resultado.
5° - ACT V: HYMNS WITH THE DEVIL IN CONFESSIONAL2016
THE DEAR HUNTER
2016
Por Tiago Meneses
De um total previsto pra seis partes, a história sobre um jovem de nome homônimo a banda, seu nascimento, vida e morte repentina, chega em 2016, a seu quinto capítulo. Novamente com uma grande imaginação criativa e variedade de estilos dentro de todo o álbum, o disco apresenta excelente produção e musicalidade de primeira classe, sendo até então o ato de mais profundidade e obscuridade entre todos até agora. A narrativa continua sendo bastante densa e a música tão gratificante quanto os eventos complexos. Em muitos aspectos Act V é um reflexo obscuro do Act IV, uma horrível realidade de pesadelo para conter as esperanças e delírios que o personagem principal propôs quando tentou construir uma nova vida em torno de uma identidade que não era sua. Composto por canções ótimas e incríveis é espetacular de um ponto de vista composicional e estético que ajudará a definir o legado de The Dear Hunter como uma das bandas mais talentosas de sua época.
6° - I ME MYSELF2016
ANIMA MUNDI
2016
Por Tiago Meneses
Que Cuba é um país impensável quando vamos falar de bandas de rock progressivo é um fato, mas fato também é que em contrapartida foi de lá da ilha que saiu um dos melhores grupos de progressivo sinfônicos dos últimos tempos. Novamente em uma verdadeira aventura sinfônica e canções épicas a banda em “I Me Myself” apresenta um álbum conceitual sobre a relação entre o ser humano e a tecnologia. Como de costume a atmosfera do álbum é bonita e tranquila, sendo realizada lentamente e de forma soberba principalmente pela tecladista Virginia Peraza, talvez responsável pelo som característico do grupo. Boas adições de saxofone e trompete, linhas de baixo criativas e marcantes, guitarras com solos tocantes, bases pesadas e melódicas sempre na medida certa, além de um novo vocalista (o quarto da banda em cinco álbuns) que em momento álbum compromete.
7° - DAWN OF ETERNITY2016
CRYSTAL PALACE
2016
Por Tiago Meneses
Durante quase duas décadas e cinco álbuns lançados a banda podia ser vista como apenas mais uma e nada mais. Mas desde o disco “The System of Events” de 2013 e agora o seu mais novo registro, “Dawn of Eternity” o grupo mostra uma evolução e qualidade musical de encher os ouvidos. Passaram a fazer uma música altamente melódica e bem acaba que começou a atrair fãs do lado mais melancólico do rock progressivo como, por exemplo, Porcupine Tree, mas soam extremamente singular sem que haja qualquer resquício de tentativa de plágio. Um disco com uma série de canções fantásticas e que aliada a adições de alguns elementos metálicos e alternativos resultou em um álbum de grande diversidade, porem, muito bem direcionado.
8° - DOT2016
KARMAKANIC
2016
Por Tiago Meneses
Mais um disco conceitual de 2016, esse baseado em um texto do cientista e astrônomo Carl Sagan que tinha como assunto o quanto somos pequenos e insignificantes neste vasto universo. Mas ao contrário do universo de Sagan, a música encontrada aqui não tem nada de pequeno ou insignificante, mas traz a grandeza das criações típicas da banda. Oferece algo novo que é tão valioso quanto o famoso virtuosismo de Karmakanic, ou seja, uma veia bela, filosófica melancolia que a banda nunca expôs completamente antes. Um exame existencialista da vida, do mundo, e uma reflexão musical sobre quão pequenos nossos problemas e conflitos estão realmente no esquema maior das coisas, tudo extremamente bem musicado por artistas movidos por perguntas e emoções.
9° - VALKYRIE2016
GLASS HAMMER
2016
Por Tiago Meneses
Em seu mais novo álbum decidiram criar um disco conceitual baseado nos traumas sofridos por aqueles que sobreviveram a uma guerra e como esses traumas podem tomar diferentes formas na vida das pessoas. Valkyrie mostra que a banda mesmo após dezesseis álbuns tem como ideia principal a de evoluir. Mudanças de guitarras e pianos suaves para pesados e passagens sinistras, complexas e de atmosferas extremamente sombrias são um dos principais atrativos. O disco possui grande variação de humor e mudanças de ritmo. Com certeza o melhor álbum já lançado pela banda.
10° - DARSKAPENS MONOTONI2016
KAIPA DA CAPO
2016
Por Tiago Meneses
Kaipa é um nome bastante conhecido entre amantes de rock progressivo, sendo a Kaipa da Capo justamente a união de três dos seus quatro membros originais, incluindo o guitarrista Roine Stolt com quem a banda gravou seus trabalhos mais famosos. A ideia inicial era justamente tocarem apenas as músicas desses três primeiros discos, mas foram além e gravaram (com letras em sueco) o disco Darskapens Monotoni. O álbum conta com um belíssimo progressivo sinfônico clássico muito visto na primeira metade dos anos 70, além de movimentos folclóricos suecos. Influências em Yes, Pink Floyd e Genesis sempre com uma grande variação de belíssimos temas muito bem compostos por músicos que sabem de onde vem e para onde vão.