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Com um repertório de muito samba e canções marcantes, Monarco sobe ao palco do Teatro Bradesco Rio com o show “Monarco convida Alcione e Zeca Pagodinho”, dia 14 de fevereiro.
Hildmar Diniz, o Monarco, carioca de Cavalcanti, 85 anos, é hoje o mais legítimo representante de um samba que se mantém vivo, resistindo às agonias eventualmente impostas pelo tempo e pelas novidades. A história de vida de Monarco coincide com a das últimas sete décadas da história do samba. Embora ele tenha feito seu primeiro aos 12 anos, quando morava em Nova Iguaçu, foi aos 16, ao se mudar para Osvaldo Cruz, que as coisas começaram a acontecer. Ali. Monarco conheceu a turma de bambas da Portela, quis ser um deles (“Se eu fiz um samba em menino, porque não posso fazer outro agora?”). Ainda era um dos meninos que seguravam a corda que abraçava a escola durante os desfiles, quando, em homenagem a Francisco Santana, autor do hino da Portela, Monarco compôs “Retumbante vitória”. Um samba tão bom que Natal, presidente da escola, abriria para Monarco as portas da ala dos compositores. O samba seria usado como “esquenta”, primeiro nos ensaios e depois, com o título “Passado da Portela”, na abertura dos desfiles.
Entre os talentos que Monarco encontrou em Osvaldo Cruz, havia um em especial, compositor maior, figura emblemática: Paulo da Portela. Seria o primeiro ídolo do futuro sambista. Um dia, inconformado com uma truculência de Manuel Bambambã (que o impediu de levar os mangueirenses Cartola e Heitor dos Prazeres para uma visita à Portela), Paulo deixou a escola e mudou-se para a Lira do Amor, em Bento Ribeiro. Com isso, Monarco perdeu a chance de aprender com seu ídolo os primeiros segredos do samba. Recorreu a Manacéia, discípulo de Paulo, que lhe passou muito do que aprendera com o mestre. Quando Paulo da Portela morreu, em 1949, Monarco ainda sonhava com um lugar entre os compositores, o que só teria dois anos depois.
Cada vez melhor, sozinho ou em parceria com gente boa do meio, Monarco foi crescendo. Jamais teria samba-enredo nos desfiles da Portela, até hoje a maior campeã do carnaval carioca, mas tornou-se dos mais inspirados criadores dos sambas de quadra que fizeram a fama da escola. Monarco é hoje o capitão desta formidável nau chamada Velha Guarda da Portela, criada por Paulinho da Viola em 1970. O novo disco, o primeiro depois de 4 anos, segundo Monarco, tem até canções que falam de tristezas, mas “foi feito num mar de alegria”. O filho, Mauro Diniz, produziu, fez os arranjos, tocou cavaquinho em todas as faixas e dividiu com o pai a autoria de seis delas. É Monarco quem diz: “Mauro sabe para onde eu vou, conhece os caminhos, descobre o acorde certo, é mais que um parceiro”. Mauro só não participou da escolha do repertório, todas as músicas (menos uma) foram selecionadas pelo próprio Monarco. A exceção é “Obrigado pelas flores”, incluída a pedidos do pessoal da Biscoito Fino, uma singela homenagem a Dona Ivone Lara.
No repertório canções como “ Agora é tarde”, “Mercado da ilusão”, “Inicio de felicidade”, “Samba pra Maricá” entre outras.
Duração: 80min
Classificação: Livre
RIO DE JANEIRO (RJ)
Dia 14 de fevereiro
Quinta-feira, às 22h