Endereço: Avenida das Américas, 3900 – loja 160 do Shopping VillageMall – Barra da Tijuca - RJ
PATO FU NO SHOW NÃO PARE PRA PENSAR
Décimo disco de estúdio do Pato Fu, mistura guitarras e bateria “pé na porta” com tempero de dance music. A banda apresenta o novo trabalho em turnê que passará por Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo
Arraste a mesinha de centro pro canto da sala, encoste o sofá na parede e abra espaço para a sua própria pistinha de dança antes de colocar “Não Pare Pra Pensar”, novo álbum do Pato Fu, pra tocar. É, os mineiros estão de novo em ritmo de festa e rockão pesado. Com realização da Opus Promoções, Rotomusic & Malab Produções e Ministério da Cultura, a turnê passará por Novo Hamburgo, dia 28 de julho (Teatro Feevale/RS); Porto Alegre, dia 29 de julho (Teatro do Bourbon Country/RS); Rio de Janeiro, dia 02 de agosto (Teatro Bradesco Rio/RJ) e São Paulo, dia 03 de agosto (Teatro Bradesco São Paulo/SP). Os ingressos para o show já estão à venda. Confira o serviço completo abaixo.
“Não Pare Pra Pensar” é o décimo álbum de estúdio (e 12º no total) da banda formada por John Ulhoa (guitarras, programações, teclados, violões e voz), Fernanda Takai (voz), Ricardo Koctus (baixo e voz), Lulu Camargo (teclados e arranjos orquestrais) e Glauco Mendes (bateria), ocupando o banquinho - de peso - deixado por Xande Tamietti, que saiu da banda, com a benção dos amigos, para se dedicar a projetos pessoais.
A começar pela música que dá nome ao disco, a ideia era fazer um som que fosse pra cima, festivo, mas ao mesmo tempo vigoroso. “Ao mesmo tempo em que é um disco dançante, ele é o mais rock desde "Ruído Rosa" [de 2001]. Tem muitas guitarras e bateras tipo "pé na porta", mas também é divertido”, resume John Ulhoa, e compara: “nosso último disco de estúdio (“Daqui pro Futuro”, de 2007) ficou muito bonito, mas era difícil de transpor pro show, as músicas eram muito contemplativas. Desta vez, a gente quis fazer um disco bom pra tocar ao vivo, um disco com clima de festa”, diz John, dono da chave e principal “funcionário” do 128 Japs, estúdio
montado na casa em que ele vive com a mulher, Fernanda, e a filha, Nina, em Belo Horizonte.
“Não Pare Pra Pensar” foi totalmente gravado e mixado, literalmente, em casa.
“Gravamos em horário de gente, digo, normal. Não emburacamos madrugada adentro. Gosto de gravar vocais pela manhã. E tem sempre um cafezinho e uns docinhos pra hora do break”, conta Fernanda, sobre a rotina de gravação da banda.
A música-título é totalmente inspirada na música eletrônica. “É a música mais house que a gente já fez na vida. A dança tem um pouco desse conceito por trás do nome do disco, algo que faz você deixar um pouco os pensamentos de lado”, diz John.
O conceito do álbum passa por esse sentimento de não deixar um pensamento paralisar suas ações. “Quando você pensa demais nas coisas e tem medo, acaba não agindo. Ao mesmo tempo é um recado do tipo "pense, mas continue andando, vá mais pelo instinto”, explica, já citando um exemplo prático, já que ele, agora aos 48 anos, resolveu voltar a andar de skate: “É tipo essa coisa minha, de voltar a andar de skate. Se você parar pra pensar muito, deixa de fazer as coisas de que gosta”.
Elementos eletrônicos se juntam a riffs poderosos de guitarras e baterias possantes para criar o clima do disco. “Timbres da eletrônica, são muito legais e hoje estão cada vez mais fáceis de usar. Tinha tudo a ver com esse disco, que tem muito rock, guitarras cruas, mas ao mesmo tempo tem esses sons de moogs, arpeggiators. Tentei enfiar na maioria dos arranjos deste álbum, pra dar um temperinho de dance music”, explica John.
Um fator que deixou a banda tranquila para deixar as músicas mais lentinhas de fora foi o fato de a carreira solo de Fernanda Takai já estar bem estabelecida. “Agora não é mais tão necessário apresentar esse lado "baladas" da Fernanda no Pato Fu. Com a banda a gente pode explorar um lado mais pesado, mais rock, mais agitado”, diz John.
Agora acumulando as carreiras de mãe, cantora solo e integrante de uma das bandas mais longevas do Brasil, Fernanda admite que tem tido mais visibilidade, mas sempre do seu jeito reservado. “John tem sido um grande parceiro quando eu preciso viajar mais solo. Isso me dá uma certa tranquilidade. Mas não é fácil mesmo”, diz a cantora.
Fernanda está bem feliz com o clima do novo disco. “Acho que ele tem uma mensagem bem positiva. Uma recarga de energia para a gente e para quem o escutar. Era importante vir agora um disco que fosse bem diferente do meu solo mais atual. E acho que conseguimos”, diz.
Sobre as faixas mais focadas na pista de dança, seja de rock ou música eletrônica, Fernanda brinca: “a gente não tem o menor jeito pra dançar... É até engraçado pensar que o disco tá todo mais pra cima, como vamos coreografar isso?”, brinca a cantora.
Nina, filha de John e Fernanda, que estreou como cantora mirim no último disco do Pato Fu, “Música de Brinquedo” (2010), deu o aval ao álbum, do jeitinho dela, como conta a mãe. “Só colocamos pra ela ouvir enquanto íamos levá-la pra escola. Dava pra sentir alguns refrões grudando na cabeça... Ela não pedia pra pular nenhuma música, então foi um bom sinal”, conta Fernanda.
O disco tem participação especial do cantor Ritchie, inglês radicado no Brasil, autor do clássico “Menina Veneno”, hit dos anos 80. Ele canta com Fernanda a música “Pra Qualquer Bicho”. “Sempre gostei dele. Já cantei "Voo de Coração", gravamos "Pelo Interfone". Ele sempre tem ido aos nossos shows no Rio. É um cara talentoso e bacana demais. Veio aqui pra BH gravar e comer uma comidinha mineira caprichada. Tanto ele quanto eu gostamos de inventar vocais, então foi ótimo!”, conta Fernanda, sobre a parceria.
Os fãs de longa data do Pato Fu vão curtir as duas faixas cantadas por John, “Ninguém Mexe Com Diabo” e “You Have To Outgrow Rockn Roll”, dois rockões animados e com letras ácidas, típicas das canetadas espertas do rapaz. “Minha tentativa primária é sempre fazer música pra Fernanda, eu prefiro a voz dela. Mas a gente tem uns fãs das antigas que estão sempre pedindo pra eu cantar, então tomem essas aí”, se diverte John.
Para embalar todo esse conceito, nada mais justo do que ter lindos desenhos de capa e encarte. O autor é Marcos Malafaia, multiartista e diretor do grupo Giramundo – que, com seus monstrinhos, acompanha o Pato Fu nos shows do “Música de Brinquedo”. “É uma explosão de referências, criatividade e apuro técnico, com incrível atenção aos detalhes. Arte pop no melhor sentido”, descreve John.
Ao longo de seus mais de 20 anos de carreira, o Pato Fu é uma das bandas brasileiras mais fiéis às suas origens. O motivo? Com a palavra, John: “Acho incrível que a gente tenha feito sucesso com um projeto tão improvável como prometia ser pelo som do primeiro disco. Tenho certeza de que é um privilégio, mas, ao mesmo tempo, penso que certas escolhas que fizemos ao longo da carreira vão fazendo com que seja possível a gente sempre estar perto daquilo de que gostamos e longe do "fazer por conveniência". Muitas vezes optamos por um caminho menos óbvio no lado comercial, torcendo para que nossos palpites encontrassem eco em outras pessoas. Lá no começo dizíamos que queríamos uma carreira longa e digna. Acho que já posso dizer que conseguimos. Como diria Spock: "Live long and prosper”, conclui.