Exemplos não faltam para afirmar que a música e o esporte sempre andaram lado a lado em toda a história. Não à toa, inúmeros esportistas famosos têm forte relação com a música, que atravessa a fronteira do apenas escutar.
Sendo assim, separamos alguns exemplos de diferentes aletas e ex-atletas que, de alguma forma, procuram entender a música mais afinco – independentemente do tempo disponível para se dedicarem e do nível musical que apresentam.
Petr Cech
Com passagem marcante pelo futebol inglês, o ex-goleiro Petr Cech deixou seu nome marcado na história do Chelsea e encerrou sua carreira defendendo as cores do Arsenal, na final da Liga Europa (2018-2019).
Cech nunca escondeu de ninguém sua paixão pela bateria, que veio tardiamente. “Eu comecei a tocar quando tinha quase 30 anos de idade. Na verdade, comprei um kit de bateria em março de 2011. Foi quando comecei. Desde então, tenho tocado bateria. Mas devo dizer que aconteceu por acaso porque eu gostava de música e sempre ouvia”, conta Cech em matéria publicada no site do Arsenal.
No YouTube, uma versão de “Walk” (single da banda Foo Fighters) com performance de Cech na bateria já atingiu quase um milhão de visualizações. “Eu tive sorte (com esse alto alcance), mas o pensamento original de colocar vídeos é mostrar às pessoas que, se você gosta de algo, não importa o que você possa fazer”, diz ele.
“Além disso, ensina você a usar os quatro membros de maneiras diferentes. Você precisa encontrar uma maneira de coordenar as coisas e, uma vez que você aprende a programar seu cérebro para fazer isso, ela ajuda você a se coordenar até mesmo para o futebol”, completa Cech.
Recentemente, para comemorar o fim de sua carreira nos gramados, Cech lançou uma música em parceria com o lendário Roger Taylor, ex-baterista do Queen. Com a recente aposentadoria dos campos de futebol, Cech terá agora mais tempo para estreitar seus laços com a música.
Alexis Sanchez
Um dos maiores jogadores da história do futebol chileno, Alexis Sanchez joga atualmente pelo Manchester United. Nos últimos anos, Sanchez vem mostrando para o mundo sua paixão pelo piano em seu perfil no Instagram.
Tocar piano e escutar músicas em inglês foi uma das maneiras que ele encontrou para adaptar-se na Inglaterra, onde atua no futebol da Terra da Rainha desde 2014. “Eu gosto de música em inglês, então eu aprendo um pouco da língua. Eu toco piano, mas eu não sou muito experiente, isso me ajuda a relaxar, eu toco algumas músicas e relaxo”, disse o chileno em entrevista para o Canal del Fútbol, canal privado de TV paga do Chile.
Quando deixou o Arsenal em 2018 e foi jogar no Manchester United no mesmo ano, os Red Devils resolveram anunciar a contratação do jogador chileno de uma maneira inusitada. No vídeo de apresentação, em vez exibir algo ligado a atributos técnicos de Sanchez, como malabarismos com a bola nos pés, o United optou por organizar um vídeo promocional com o atleta chileno tocando piano em sua entrada no Old Trafford, estádio do time de Manchester.
Principal referência da atual geração do futebol chileno, Sanchez é um dos convocados para representar o Chile na próxima edição da Copa América, no Brasil. O site de apostas de futebol Betway, por exemplo, coloca a seleção de Sanchez, atual campeã da Copa América, como a quarta favorita para vencer o torneio continental.
Damian Lillard
Armador do Portland Trail Blazers, Damian Lillard é considerado por muitos especialistas como um dos melhores jogadores da NBA. Além do talento acima da média nas quadras de basquete, o norte-americano também leva jeito para a música.
Em 2016, Lillard, cujo nome artístico é Dame D.O.L.L.A., lançou “The Letter O”, álbum de 12 músicas que contou com contribuições artísticas de Jamie Foxx e Lil Wayne, por exemplo. Ele também lançou sua gravadora, Front Page Music, que tem como principal objetivo dar aos rappers uma oportunidade de entrar na indústria da música.
“O processo musical para mim é bem simples. Sempre que faço parte de algo, estou apenas vivendo e vendo coisas. Eu vou a muitos lugares e visito muitas cidades, então eu faço o que eu quero. Normalmente eu tomo muitas notas e estou sempre escrevendo coisas porque eu posso querer voltar a isso”, conta Lillard em declarações para a revista Slam.
“E eu ouço muito quando estou no avião, durante a temporada em viagens de carro, [e] quando temos um dia de folga no quarto do hotel. Eu estou sempre tendo isso em mente. Então eu estou fazendo rap para mim mesmo, gravando no meu telefone várias vezes (...) e então eu vou ao estúdio e gravo”, relata o jogador.
O último álbum lançado por Lillard foi “Confirmerd”, em 2017. A música “Run It Up”, de Lil Wayne, é o principal sucesso desse álbum e já teve mais de quatro milhões de reproduções na plataforma de streaming Spotify.
No basquete, Lillard fez ótima temporada pelos Blazers e ajudou a levar o time de Portland para a final da Conferência Oeste, feito que a franquia não conseguia desde 2000.
Outros esportistas com participações relevantes na música
Lenda da NBA, o ex-pivô Shaquille ONeal atua hoje como comentarista da TNT, nos Estados Unidos, e também como DJ em algumas épocas do ano. Na década de 1990, no auge da carreira como atleta profissional, ele lançou quatro álbuns. O álbum “Shaq Diesel”, lançado em 1992, teve grande repercussão na época e ganhou disco de platina.
“Muitas pessoas pensam que eu sou apenas um DJ-celebridade, mas eu venho discotecando desde os 14 anos de idade, passando pelos meus dias na LSU (Universidade do Estado da Luisiana) e até mesmo quando estive na NBA”, disse Shaq para a Billboard.
Por fim, vale destacar Bernie Williams, ex-jogador de beisebol, quatro vezes campeão da World Series. Guitarrista de formação clássica, ele já colaborou com muitos artistas vencedores do Grammy.
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Em 2009, Williams subiu no palco de Bruce Springsteen para tocar o sucesso “Glory Days”, que também teve participação da cantora Patti Scialfa. Essa gravação histórica está disponível em diferentes plataformas de streaming.