Por Anderson Nascimento
Como foi boa a estreia do show “Meus Lados B”, nova empreitada do Tremendão Erasmo Carlos, ocorrida nos dias 17 e 18 de julho no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, Rio de Janeiro. Presente no dia 17 (sexta-feira) eu pude constatar a precisão de Erasmo e banda em show marcado pelo grande desempenho de ambos.
Erasmo apresentou as canções de seu novo show que reúne músicas que (em sua maioria) não chegaram a ser sucesso nas rádios, mas que ajudaram a abrilhantar álbuns como os que compõem a cultuada trilogia “Carlos, Erasmo” (1971), “Sonhos e Memórias” (1972) e “1990: Projeto Salva Terra” (1974).
Abrindo com “Gente Aberta”, única faixa em que Erasmo tocou violão no show, o show já se desenhava um grande sucesso. Acompanhado por uma excelente banda, que conseguiu reproduzir as emoções de canções dos anos 60 aos 80, Erasmo ficou sentado durante todo o show, concentrado em interpretar de maneira irrepreensível cada uma das canções da noite.
As canções mais roqueiras ganharam vocais firmes e muito seguros de Erasmo: “O Homem da Motocicleta”, “Dois Animais na Selva Suja”, “É Preciso Dar Um Jeito Meu Amigo”, foram alguns dos grandes momentos roqueiros da noite. Já as baladas ganharam doses de emoção inesquecíveis, algo sempre presente na obra de Erasmo que se notabilizou por sua voz doce, dessa forma, canções como “Cachaça Mecânica”, “Paralelas”, “Grilos” e “Meu Mar”, se destacaram.
Os anos oitenta foram bem representados por versões que reproduziram o frescor daquela época, assim, “Amar Pra Viver de Amor”, “Abra Seus Olhos” e “Geração do Meio”, foram bastante aplaudidas pelo publicou que lotou o teatro. A otimista “Semente do Amanhã”, canção de Gonzaguinha, foi outro momento emocionante, principalmente tendo em conta o momento tão estranho que vive o este país.
Ao longo de cada bloco Erasmo conversava com a plateia, arrancando risadas dos presentes, e revelando histórias de bastidores por trás de cada canção interpretada. Os espectadores não tinham como sair mais felizes do espetáculo que acaba de ser lançado em combo CD e DVD.
Para os fãs de Erasmo, obviamente esse show não tem nada de lado B, já que são canções o inconsciente e players dos fãs há anos. Ouvir essas canções ao vivo ajudou a consolidar a importância de cada música para Erasmo e para a nossa vida.
Com humildade e muita competência Erasmo, que nessa altura já não precisa mais provar nada a ninguém, mostrou mais uma vez ao público o artista que é: competente, inquieto e brilhante. Ah, Roberto...bem que esse show poderia lhe inspirar a sair da mesmice e do ócio hein...