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BAR BUKOWSKI GANHA LIVRO


Postado em 15/10/2013

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Uma festa na casa da família rendeu a dois primos uma ideia inusitada: abrir um bar para beber de graça e levar a vida cercados por mulheres. O que era sonho ganhou contornos de realidade quando Pedro Berwanger e Leonardo Feijó escalaram o amigo Alexandre Torreão para transformar o restaurante chinês falido de um tio, em Botafogo, no principal reduto de roqueiros cariocas. Essa e outras histórias são o fio condutor do livro “Bukowski – Histórias que não deveriam ser contadas”, que o polivalente poeta e compositor Bernardo Vilhena – autor de clássicos, como ‘Menina Veneno’ – usa para narrar os quinze anos do bar que se mantém fiel ao espírito transgressor.

A tarefa de escrever sobre o bar de rock há mais tempo em atividade no Rio foi desafiadora. Bernardo Vilhena teve quatro meses para transformar os acontecimentos do mítico espaço com clima de backstage de show em história. “Quando fui convidado, pensei: ‘esses caras devem estar loucos’. Engano meu. Eles não estavam, eles eram loucos”, diverte-se o escritor, que cumpriu a missão com a ajuda do poeta e historiador Mauricio Barros de Castro.

O livro, então, traz um belo panorama da juventude carioca, entrecortado por histórias com temáticas apimentadas, de bebedeira ou festas engraçadas com acontecimentos pitorescos que tornaram o lugar uma espécie de foco de resistência numa época em que a cidade mostrava-se semifalida, com baixa estima. Tribos de outros bairros, como Copacabana e Tijuca, dominavam a noitada do Bukowski e o autor se viu diante de um painel que conta a história da juventude carioca entre os anos de 1997 e 2012, com seus conflitos, conquistas e transformações.

Depois de ouvir mais de sessenta pessoas em cinquenta horas de gravação, Bernardo percebeu uma característica importante: a mudança da atitude feminina foi sendo manifesta através da história no próprio Bar Bukowski. “Hoje as mulheres têm uma atitude mais liberta, mais espontânea e desprovida de políticas de conquistas. Elas se tornaram predadoras confessas e não há muito espaço para o ciúme na noite carioca, onde o sexo e a bebida rolam sem o menor sinal de culpa e o desempenho dos seus eleitos são discutidas sem nenhum pudor. É definitivamente uma administração anárquica da liberdade", observa Vilhena.

Na obra, ele revela tipos femininos marcantes, como as três mulheres de vermelho que nunca foram juntas ao bar, mas que abalavam a estrutura de seus frequentadores ou de mulheres que insinuavam estarem juntas para alavancar as paqueras masculinas. Entre os homens, há histórias como a de um cara que ia atrás de sexo, rock e Cola-cola ou a do freguês número 1, que conduz a narrativa. Todos são parte da “família” do Bar Bukowski, onde clientes servem mesas ou atacam de DJ e ex-funcionários voltam a assumir momentaneamente seus postos.

O livro será lançado no dia 17 de outubro, no valor de R$ 39, na Blooks Livraria, que fica Espaço Itaú de Cinema, às 19h. Na sexta-feira, dia 18, o bar realiza uma festa para marcar o lançamento.




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