Uma das grandes surpresas em termo de relançamentos neste fim de ano é, sem dúvida, os boxes “Festivais da Canção Vol.1 (1966-1968)” e “Festivais da Canção Vol.2 (1969-1972)”. Reunidos pela primeira vez em CD, os álbuns eram lançados na época de cada edição do Festival Internacional da Canção, que se iniciou em 1966 e durou até 1972. O lançamento foi costurado com muito cuidado pelo idealizador e produtor executivo do lançamento, o pesquisador Marcelo Fróes, que após um trabalho árduo de restauração e do esforço burocrático que um lançamento desse porte certamente exige, oportunamente comemora os quarenta anos da realização da última das edições do festival.
O primeiro Box cobre as três primeiras edições, totalizando 100 faixas, trazendo compositores como Edu Lobo, Vinícius de Moraes, Francis Hime, Maysa, Altemar Dutra, Luiz Carlos Sá, Geraldo Vandré, Milton Nascimento, Guarabyra, Chico Buarque, Marcos Valle, Tom Jobim, Egberto Gismonti, Johnny Alf, Sergio Ricardo e Caetano Veloso, e intérpretes como Elis Regina, Taiguara, Quarteto em Cy, Nana Caymmi, MPB4, Miltinho, Ademilde Fonseca, Agostinho dos Santos, Beth Carvalho, Elza Soares, Clara Nunes e Golden Boys.
Já o segundo Box cobre as outras quatro edições, totalizando 102 faixas, com compositores como Martinho da Vila, Jards Macalé, Os Mutantes, Raul Seixas, Zé Rodrix, Jorge Ben, Sérgio Sampaio, Walter Franco, Nelson Motta, Fagner e Banden Powell, e intérpretes como Evinha, Hermes Aquino, Alceu Valença, Os Brazões, Wilson Simonal, Trio Esperança, O Terço, Módulo 1000, Som Imaginário, Guilherme Lamounier, Wanderléa, Trio Ternura, Leno, Marlene, Alaíde Costa, Maria Alcina e Os Originais do Samba.
Em um total de quatorze discos, há músicas na sorte de uma impressionante diversidade de compositores e intérpretes, trazendo canções – grande parte inédita em CD – que se tornaram clássicos da música popular brasileira, além de outras que desapareceram, mas que, graças a esse novo lançamento da Discobertas, estão aí para ajudar a contar a história de tempos onde música popular não era sinônimo de música descartável.