Há muito tempo na história da música não somos açoitados por um furacão com a magnificência ao qual o fenômeno Amy Winehouse o foi. Apesar de anunciada desde a sua seminal estreia, a morte da cantora chocou a todos que esperavam uma improvável recuperação, bem como um improvável disco e uma improvável longevidade de sua carreira.
Amy era doente, viciada em vários tipos de drogas, e a morte seguiu dilacerando sua condição física aos poucos, chamando a atenção de todos não pela sua doença, mas para os aparates que a mesma provocava em suas manchadas aparições públicas, como quedas no palco e total falta de condição de prosseguir a sua carreira. Ninguém a salvou, ninguém interveio, com se o seu destino estivesse selado, virar um ícone, sair de cena mais cedo e alimentar o fenômeno “maldição dos 27”.
Repetindo feitos de outros artistas que morreram em condições semelhantes, Amy causava todo o tipo de curiosidade ao se apresentar – O que será que ela vai aprontar dessa vez? Tal qual Jim Morrison e o seu The Doors, que provocava, no mínimo, um clima tenso toda vez que a sua banda se apresentava ao vivo. Ou ainda Janis Joplin, que era acompanhada de perto após as suas apresentações para que não fosse perdido nenhum detalhe de suas noitadas e as conseqüências que o álcool lhe traria. E por fim Kurt Cobain, que ainda no palco aprontava as suas brigas com fãs, às vezes, negligenciando a sua própria música.
Cabe a partir de agora falar de música e do pequeno grande legado deixado pela cantora inglesa que, com a mistura de R&B, Soul e Jazz, e em apenas dois discos de estúdio, deu provas de seu talento e marcou para sempre o seu nome entre os maiores acontecimentos musicais em todos os tempos.