1° - CHINESE DEMOCRACYGUNS AND ROSES
2008
Por Rafael Correa
“Chinese Democracy” representa o máximo de expectativa que um álbum pode ser revestido. Desde 1995, Axl indicava possíveis (e breves) datas para o lançamento, que somente foi ocorrer em 23 de novembro de 2008. E, uma vez alcançando o conhecimento geral do público, poucos foram aqueles que disseram que esperar tanto tempo tenha valido a pena. Certamente, era de conhecimento comum que o disco não soaria como a era dourada do Guns, mas, ainda assim, “Chinese...” consubstancia um balde de água fria nos fãs mais resistentes e esperançosos. Claro, boas músicas existem (a faixa-título é um exemplo), e grande parte delas funcionam bem ao vivo; mas, após 13 anos espera, “Chinese Democracy” trouxe o que muita gente não queria ouvir.
2° - MUSIC FROM THE ELDERKISS
1981
Por Rafael Correa
Durante a tênue linha que dividiu as décadas de 70 e 80, o KISS se encontrava em uma situação limite, tanto em âmbito interno, como externo. Internamente, a banda estava a se desintegrar com os abusos de Peter Criss e Ace Frehley; externamente, apesar de alçar um novo público com os discos “Dinasty” e “Unmasked”, os fiéis fãs que formavam o seu “exército”, em grande parte, estavam descontentes. Após a saída de Criss, em 1980, o KISS precisava alcançar três objetivos: gravar um novo álbum que fosse comercialmente rentável; agradasse novos e velhos fãs e, por fim, que tapasse a boca dos críticos que não viam sua música como arte. A saída, por incrível que pareça, foi estruturar um álbum conceitual. Seguindo a esteira do sucesso de “The Wall”, do Pink Floyd, Bob Ezrin assumiu a produção de “Music From the Elder”, único disco da banda (ao lado de Carnival of Souls) a não receber nenhuma premiação. Apesar de trazer arranjos elaborados e uma das melhores performances de Frehley, a vendagem do disco foi ínfima e sequer ensejou uma turnê de divulgação. No entanto, “...The Elder” não é um disco “ruim” (hoje, quase 30 anos depois, há quem o denomine de “clássico”, à guisa de exemplo). Diversas canções, como “I”, “A World Without Heroes” e “Just a Boy” mostram a criatividade do grupo em criar uma atmosfera única, condizente com a progressividade exigida em um álbum conceitual. No entanto, ao invés de agradar, o álbum decepcionou fãs, crítica e até o próprio KISS, que jamais incluiu uma canção do disco em shows, a não ser na seção Unplugged, que (re)apresesentou “A World Without Heroes” à nova geração de fãs.
3° - INVINCIBLEMICHAEL JACKSON
2001
Por Rafael Correa
Que Michael Jackson é, certamente, um dos maiores gênios criativos da música, isso não resta dúvida. Responsável por lapidar a música pop com toques da mais pura arte, Jackson engendrou não apenas sucessos, mas serviu de referência para muita coisa surgida após os anos 80. No entanto, em 2001, em decorrência de um hiato de dez anos sem divulgação de material inédito, tanto os fãs, como a crítica (e o próprio Michael) ansiavam por novas canções. No entanto, “Invincible” não satisfez, em diversos sentidos, as expectativas de público e do contingente especializado. Mesmo com 30 milhões de dólares em produção e com uma vendagem considerável (na Europa, o disco ficou entre os cinco mais vendidos em diversos países), o álbum nem se aproxima do que Michael e sua música representavam. Talvez, “You Rock my World” seja uma das exceções que, ainda assim, não são capazes de salvar o álbum. Ao ouvir “Invincible”, sentimos falta de “Thriller” e “Dangerous”.
4° - HOT SPACEQUEEN
1982
Por Anderson Nascimento
O ano era 1982 e o Queen vinha aos poucos deixando para trás o som mais pesado, ou grandiloqüente, que a banda praticou nos primeiros álbuns. Em “Hot Space” porém, a banda foi longe demais ao tentar se adaptar à nova década que acabara de começar, pois incluiu em seu som sintetizadores, bateria eletrônica e canções perdidas no limbo entre o Rock e o pop-eletrônico. O disco, com tons pop e dance, foi uma corajosa forma de mostrar que o Queen de discos como “Sheer Heart Attack” não existia mais, e que a banda olhava para o futuro. O resultado foi a alcunha de pior disco da carreira da banda. Apesar de tudo isso, é desse disco o clássico “Under Pressure”, que traz a participação de David Bowie. Depois desse álbum o Queen ainda lançaria “The Works”, outro álbum que recebeu diversas críticas negativas, até se recuperar com o disco “A Kind of Magic” de 1986.
5° - McCARTNEY IIPAUL MCCARTNEY
1980
Por Anderson Nascimento
Em 1980, Paul McCartney anunciava o fim de sua banda pós-Beatles Wings, antecipado pelo cancelamento do show que os Wings fariam no Japão, onde ficou preso por nove dias devido a sua prisão por porte de drogas, com isso, Paul colocava pra fora o disco intitulado “McCartney II”. Após anos de álbuns e turnês bem sucedidas, Macca lançou um álbum gravado sozinho, tocando todos os instrumentos, mas inspirado em música eletrônica com sintetizadores e loops, o que irritou os seus fãs mais radicais. Há quem diga que o disco é experimental, visionário, à frente de seu tempo, e todos aqueles outros clichês, de certa forma há razão nesses comentários, pois Paul voltaria a utilizar esse estilo de música em diversos outros momentos de sua carreira, mas ouvir o álbum é uma tarefa dura, principalmente ao encarar canções onde a voz de Paul é alterada, e têm se a impressão de ouvir um robô cantando. Ou ainda em canções onde frases são repetidas em meio a um instrumental eletrônico. O disco foi um verdadeiro choque para o público em geral, principalmente pela expectativa em torno do nome do álbum, que remetia ao seu belo primeiro álbum de 1970. Alie-se a isso o fato de o disco ser o sucessor do roqueiro e derradeiro álbum dos Wings “Back To The Egg”. Mas nem tudo no disco é descartável, pois são desse álbum as canções “Coming Up”, um dos grandes hits da carreira de Paul e a linda balada “Waterfalls”. Após esse disco Paul voltaria a surpreender o mundo, desta vez positivamente, com o álbum “Tug of War”, um dos maiores de toda a sua carreira.