1° - SGT. PEPPERS LONELY HEARTS CLUB BANDBEATLES, THE
1967
Por Anderson Nascimento
Depois de deixarem de tocar ao vivo, os Beatles se trancaram no estúdio com a finalidade de produzir músicas mais elaboradas. Conta a lenda que o álbum “Pet Sounds” do “Beach Boys” foi o grande inspirador desse álbum que se tornaria um dos maiores discos já gravados. A evolução veio do álbum “Revolver”, mas em “Sgt. Peppers” tudo foi além de qualquer coisa já criada. Efeitos de estúdio aliados a boas canções e o conceitual universo criado a partir de uma fictícia banda chamada “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, conduzida por um certo Billy Shears. A criatividade de Paul, as viagens de Lennon, os mantras e a guitarra de Harrison e a marcação pontual de Ringo, fazem de Sgt. Peppers um álbum ousado, que mudaria a forma de se fazer música, influenciando toda a geração que, a partir dali, entenderia o verdadeiro significado termo psicodelismo.
2° - HIGHWAY 61 REVISITEDBOB DYLAN
1965
Por Rafael Correa
Em 1964, Bob Dylan era considerado como uma espécie de profeta do folk: detentor de um dedilhado inigualável e de uma escrita poética incomum, Dylan referentava uma referência fortíssima ao estilo. Características marcantes dos gênios (o inconformismo e impaciência), Dylan não sentia-se mais cômodo com essa situação e, no Festival de Newport em 1965, após executar um set totalmente acústico, Dylan retornou ao palco para o bis acompanhado de uma banda completa. As vaias que Dylan ouviu e as acusações de profanar o altar sagrado do folk o motivaram a gravar "Highway 61 Revisited", seu primeiro disco totalmente gravado com o acompanhamento de uma banda ao estilo rock n' roll. Além de ousar ao máximo e eletrificar o folk, Dylan apresentou ao mundo uma pérola que dispensa comentários: "Like a Rolling Stone" é a prova da ousadia e coragem do jovem Dylan, que auxiliou a mudar o mundo da música com esse notável registro.
3° - OS MUTANTESMUTANTES, OS
1968
Por Rafael Correa
Fazer rock n roll no Brasil aos idos da década de 60 não era coisa fácil. Ainda mais quando o país era qualquer coisa, menos democrático. Não havia espaço para inovar: em termo musicais (isto em 1967/1968), ou você era fiel às raízes brasileiras, ou era fiel às mudanças culturais que surgiam timidamente no cenário nacional. Os Mutantes não foram nem um, nem outro: procuraram se situar bem no meio disto e conseguiram desagradar a direita (que odiava ver os músicos encharcados em drogas) e a esquerda (que não admitia misturar a música brasileira com guitarras e baterias). Acontece que Rita Lee, Sergio Dias e Arnaldo Baptista fundiram em um mesmo álbum o ritmo brasileiríssimo com psicodelia, jazz e pitadas leves de rock n roll, e, com isso, mudaram a história da música no Brasil. Ainda que Gil e Caetano mereçam agradecimentos por entorpecer esses jovens com o tropicalismo, é inegável que Os Mutantes foi o primeiro disco de rock brasileiro a ousar, ainda que inconscientemente, e talvez seja esse o maior charme do disco. De Patrulha do Espaço à Barão Vermelho, todos devem um muito obrigado à este disco.
4° - MEDÚLLABJORK
2004
Por Rafael Correa
Imagine um álbum de conteúdo extremamente político, destinado à combater racismo e patriotismo exacerbado pós 11 de Setembro. À este fator, adicione a assinatura de uma cantora nascida na Islândia. Ah, claro, e todas as canções são construídas e sustentadas apenas pela voz humana, com exceções de poucas faixas. Esta é a atmosfera de "Medúlla", sexto disco da carreira de Björk que ousou em consubstanciar quase que um disco todo apenas à capela e com a voz humana reproduzindo outros instrumentos (em certos momentos, podemos ouvir um piano real em "Ancestors" e um bass synthesizer em "Who is It" mas, fora isso, é a voz humana que engendra o som do álbum). A ousadia rendeu bons frutos: além de ser considerado um dos melhores registros de sua carreira, Björk recebeu duas indicações ao Grammy de 2005, além de figurar em nono lugar nas paradas inglesas e marcar presença na lista da Billboard com a 14º posição, vendendo cerca de 1 milhão de cópias em todo mundo. Certamente, ousadia e êxito são sinônimos obrigatórios para este disco.
5° - BLOCO DO EU SOZINHOLOS HERMANOS
2001
Por Anderson Nascimento
Em seu segundo álbum, a banda carioca Los Hermanos ousou ao ignorar o sucesso de seu álbum de estréia, puxado pelos singles “Anna Julia”, “Quem Sabe” e “Primavera“, que tocaram nas rádios até não poder mais. A renúncia ao álbum e, principalmente ao seu principal single, foi tanta que a banda deixou de tocar suas músicas em shows. A gravação desse álbum foi feita com a banda exilada em um sítio, para fugir do assédio e da pressão por novos sucessos. A banda mudou completamente o Pop-Rock-Ska feito no álbum anterior, optando por uma sonoridade que mirava o samba, música latina e a MPB, tal radical mudança inclusive foi determinante para a saída de Patrick Laplan, então baixista da banda. A gravadora ficou louca da vida quando recebeu a versão final do álbum, recusando-se a lançá-lo e sugerindo que o mesmo fosse retrabalhado. O disco vendeu na época apenas dez por cento do que vendera o álbum de estréia, mas os fãs adoraram o álbum, que rapidamente tornou-se um clássico na carreira da banda.