1° - CLOSERJOY DIVISION
1980
Por Anderson Nascimento
Closer foi gravado em uma fase muito conturbada na vida de Ian Curtis, o cantor tinha passado por um conturbado divórcio, além de ter o seu estado de saúde piorado bastante, agravando as crises de epilepsia que se torvavam cada vez mais freqüentes. Algumas histórias envolvem esse álbum tornando-o tão obscuro quanto as próprias temáticas abordadas pela banda. A começar pela capa, que tem uma foto tirada em um cemitério em Genova (Itália), ilustrar um disco sem identificação de lado a e b, como tradicionalmente possuem os vinis. O maior sucesso desse disco “Love Will Tear Us Apart” é uma música que não faz parte do disco original, pois foi lançado em single antes do álbum. E a pior de todas as histórias: Ian Curtis cometeu suicídio, enforcando-se menos de dois meses após a gravação do álbum, que acabou ganhando a alcunha de póstumo.
2° - TONIGHT´S THE NIGHTNEIL YOUNG
1975
Por Rafael Correa
A capa deste emblemático trabalho de Young bem explicita o que o ouvinte deve esperar: um clima denso de trevas permeado por melancolia. Ainda que lançado em 1975, o álbum foi composto e gravado em 1973, um ano após o falecimento do guitarrista Danny Whitten e do roadie Bruce Barry, ambos levados por overdose de heroína. Esta perda de amigos próximos pelo vício é o fato que conduz Young a reverberar em sinceras e emblemáticas canções o seu lamento. O ponto alto do disco, que leva obrigatoriamente o ouvinte à reflexão, percebe-se em "Borrowed Tune", executada única e integralmente pelo cantor em seu estado ébrio, agravado ainda mais pela dependência de química que lhe seguiu após tal perda. Apesar desta combinação de elementos negativos, "Tonight's the Night" pode ser considerado como um dos melhores trabalhos de Young.
3° - A PEDRA DO GÊNESISRAUL SEIXAS
1988
Por Anderson Nascimento
O último disco solo de Raul Seixas revela a todos as experiências pré-morte que Raul estava vivendo, incluindo aí a solidão. O disco é recheado de presságios sobre a sua iminente morte, que aconteceria um ano depois de seu lançamento. Canções como “Cavalos Calados” (O termômetro registrou, a enfermeira confirmou, a minha morte aparente... acordo semi-lúcido, entre a morte e a morte), “Senhora Dona Persona” (os homens passam, as músicas ficam) e “Areia da Ampulheta” (Eu sou a areia da ampulheta, mas o que carrega a sua bandeira), onde faz uma descrição pessoal que lembra um epitáfio, quase que justificando sua própria existência.
4° - VLEGIÃO URBANA
1991
Por Anderson Nascimento
Após o mega-sucesso de “As Quatro Estações”, a Legião Urbana lançou um disco com características sombrias, trazendo um clima de densidade pesada e completamente inverso ao do disco anterior. Durante a preparação do álbum, Renato descobriu que estava com AIDS, mesma doença que levou Cazuza um ano antes, sofria com problema de alcoolismo e enfrentava o fim de um relacionamento. O efeito de todo esse período conturbado foi refletido no álbum, um disco com tons progressivos, resgate de composições medievais, frases marcantes e canções inesquecíveis como “Vento no Litoral”.
5° - WISH YOU WERE HEREPINK FLOYD
1975
Por Rafael Correa
"Wish You Were Here" é, provavelmente, o álbum do Floyd que mais consegue agregar diferentes significados à si. Além de críticas severas à situação do meio musical na década de 70 (que desgastou ainda mais a relação dos membros durante a gravação do álbum que, segundo Waters, "não queriam estar ali"), percebidas em "Have a Cigar" e "Welcome the Machine", o disco consegue reverberar um tributo a Sid Barret em "Shine On Your Crazy Diamond" (excelente peça dividida em 9 partes, que abrem e encerram o álbum) e um memorável estandarte que é a faixa título que, 35 anos depois, ainda é interpretada sob diversos prismas, desde os mais românticos, até os mais pacifistas. Por tudo isso, "Wish You Were Here" consolidou uma atmosfera pesada que, uma vez obscura, demora a ser compreendida por completo por quem o ouve.