Por Divulgação
A cantora ANA PETKOVIC se apresenta na praia de Copacabana, dia 31 de dezembro, às 19h, no palco em frente ao Copacabana Palace. Além das canções autorais de seu disco, “Mais e Mais”, ela interpreta temas como “Quase um Segundo”, de Herbert Vianna, e “Nada Vai Mudar Isso”, de Paulinho Moska, recriadas no novo trabalho. “The House of Rising Sun” (The Animals) e “Smoke Gets in Your Eyes” (The Platters) também fazem parte do cardápio musical da cantora em Copacabana.
MAIS E MAIS
Ela nasceu em Madri, foi criada entre Salvador e o Rio de Janeiro, viveu na China e na Arábia Saudita. Atualmente mora na Sérvia, a pátria de seus pais, mas se considera brasileira acima de tudo. Mais que isso, uma cantora brasileira – que também interpreta em inglês, em espanhol, em sérvio.
Aos 20 anos, ANA PETKOVIC é o que se pode chamar de cidadã do mundo. Seu disco de estreia, Mais e Mais, gravado e produzido no Rio por Max Viana e Línox, reúne dez faixas de atmosfera pop, com toques de soul, blues, jazz, MPB. E um gogó tão poderoso quanto o pé direito do pai.
A filha do craque Djan Petkovic descobriu-se cantora aos nove. Perfeccionistas, os pais exigiram que ela se aprimorasse no ofício. Tomou aulas de canto lírico, piano, violão, guitarra. De volta a Sérvia, aos 14, prosseguiu os estudos. Por esta época, incentivada pelo professor, registrou algumas das músicas que compunha desde criança. Duas delas estão no disco, com letra em inglês: Nobody e Unforgiveble possuem uma pungente e indisfarçável influência de Amy e Adele:
- Componho desde criança. Letra e música vêm juntas mim, nos momentos mais inesperados. Quando elas chegam eu paro tudo e corro para registrar as ideias. Depois aprimoro no piano ou na guitarra. Sou quase uma fábrica de música, chego a compor uma por semana – avisa Ana, que assina seis das faixas do álbum, quatro delas em parceria com seus produtores Max e Linox.
“Estou meio longe de casa / Estou voando sem asa / Estou morando fora de mim”, explicita a letra de Encurralada (Linox – Mauricio Oliveira), que bem pode servir com um cartão de boas vindas da cantora. Já a balada funky Na Fé (dela, com Linox e Max) oferece um oposto complementar às intenções de Ana nos versos “O acaso nosso amigo / nosso antigo caso de amor / Liberdade, nosso abrigo”:
- Morei em vários países, falo diversos idiomas. Esta bagagem me trouxe um ganho muito grande, convivi de perto com culturas múltiplas e diferentes entre si, o que me proporcionou uma visão abrangente do mundo. Acho que minha música acabou adquirindo esta influência, uma coisa meio cosmopolita. Por outro lado, nunca me sinto totalmente em casa. Sou do mundo, mas me considero mais brasileira do que sérvia ou espanhola” – declara a artista, que hoje se divide entre o Brasil e a Sérvia, onde estuda Letras inglesas e hispânicas.
- Ana veio buscar abrigo na canção brasileira por ser a que melhor sintetiza a musicalidade mundial. Somos permeados pelos sons de todo o planeta, sem deixarmos nunca de soar brasileiros. Ana representa isso – avalia Línox.
A vertente castelhana também se faz presente. A letra de Sueños foi escrita na Sérvia, com a sutil colaboração de um certo ex-ídolo do Real Madri:
- Raramente mostro composições para meu pai antes de considerá-las prontas. Mas resolvi cantar esta pra ele. Sentei no piano e comecei a dedilhar. Quando cantei o primeiro verso, ele sugeriu: “Não acha que ficaria bom assim: “me miro em el espejo / me vino um recuerdo”? Ele nunca foi de fazer versos, mas acabou me revelando o caminho para a letra. É uma música que fala em viver nossos sonhos, criar nossa própria história – afirma.
Uma assistência perfeita de Pet acabou por dar um empurrãozinho no sonho e na história de Ana. Ela estava prestes a lançar um disco com músicas em inglês, quando o ex-jogador conheceu o produtor e músico carioca Línox. Para ele, Ana precisava cantar em português para se lançar como cantora no país.
- “Até então, eu nunca havia composto ou cantado em português. Fui ao Rio encontrar o Línox e o Max para começar a produção do disco. Ainda na Sérvia, comecei a escrever uma canção chamada Cada Dia, que foi a primeira a entrar no repertório. Começamos a desenvolver ideias juntos e logo surgiram músicas novas, como Pensa Bem. Max trouxe uma música linda, Mais e Mais. Ele disse que estava guardando para uma cantora de voz forte, que a interpretasse do jeito que ele pensava. Eu adorei, incorporei imediatamente a canção.
Duas canções de autores consagrados também acabaram incorporadas pela artista. Quase um segundo, o hino de amor e ódio composto por Herbert Vianna, ganha uma recriação vigorosa. Nada Vai Mudar Isso, de Moska parece ter sido criada sob medida para os agudos de Ana:
- Transformamos completamente estas músicas. Aceleramos o andamento, buscamos nuances escondidas. Procurei deixá-las ao meu estilo, como se eu mesma as tivesse escrito. A música brasileira é um universo e eu sinto que estou apenas começando a explorá-la – projeta.
Uma outra gravação de Ana vem circulando nas rádios. Trata-se da versão do clássico soul “Smoke Gets in Your Eyes”, produzida sob encomenda para uma campanha do dia dos namorados, também sob a batuta da dupla Max & Línox.
- Foi um desafio cantar esta música. A gravação que mais me fascina é de Dinah Washington, com aquela mistura de blues, soul e jazz, os gêneros que mais escuto. Meu gosto musical é eclético, amo canções de tempos que não vivi. Sou meio old school. Trago estas influências para o meu trabalho.
Pela potência de suas artes, os Petkovic abrasileiram-se como predestinados. O canto de Ana explode feito aquela bomba no ângulo aos 43 do segundo tempo.
- Acompanho muito o futebol. Eu torcia para o Flamengo, passei a ser Fluminense. Virei flamenguista de novo. Por causa do futebol pude viver no Brasil, conhecer sua música, assimilar sua essência. Meu pai é um ídolo brasileiro nascido em outro país. Tudo o que eu pretendo é ser uma cantora brasileira com os dois pés no mundo.