Nos dias de hoje, com a internet ajudando a mover cada um dos nossos passos, é natural que os novos artistas usem e abusem das incríveis ferramentas disponíveis do meio eletrônico para mostrar o seu trabalho e, com talento e um pouco de sorte, iniciar a formação de seu público, futuros consumidores de sua música e, talvez o fator mais importante na atualidade, a futura plateia de seus shows.
Mas alguns artistas ainda investem em uma apresentação mais tradicional, ou seja, enviando para a redação de jornais, blogs, revistas e sites, um material (press release) que ajude a incentivar o crítico a ouvir o trabalho de alguém que está apenas iniciando a sua carreira.
Essa semana eu recebi aqui na redação do GM o CD da cantora Daniela Procópio e, dentre os muitos CDs que abarcam por aqui toda semana, esse me chamou a atenção pelo esmero da embalagem e pela exuberante apresentação. Um release em papel especial, lembrando uma pequena revista, juntamente com o CD, ambos embalados em um invólucro bem especial (foto).
Bom, o CD ainda vai esperar um pouquinho para ser ouvido, tamanha a quantidade de CDs que chegaram por aqui nas últimas semanas, mas confesso que estou com uma imensa vontade de fazer esse trabalho “furar a fila”.
Não é a primeira vez que recebo trabalhos independentes tão bem apresentados, isso já ocorreu em outras vezes com os trabalhos de outros artistas, entre eles a banda “Tubarão em Chamas” que enviou junto com o seu LP, um CD, uma revista, e uma garrafinha de Fogo Paulista. Outro que lembro também foi o artista
Douglas Malharo, que para ilustrar o seu álbum “Se Eu Fosse Você Prestava Mais Atenção em Mim”, enviou uma lupa junto com o seu CD. Nos dois casos os “brindes”, além de trazerem ideias criativas, ajudavam a contextualizar os trabalhos.
Apesar de tentar ser o mais imparcial possível, não preterindo qualquer tipo de material, sempre acabo dando prioridade de escrita e publicação para os que aportam por aqui em formato físico, muito disso em consideração ao trabalho que artistas, assessorias de imprensa e gravadoras tem de remeter o material via Correios. Apesar de estar ciente de que os tempos são outros, eu ainda prefiro “manusear a música” para tecer minha opinião sobre ela. Fazer o que, se eu ainda sou do tempo do vinil?