Artista do Mês - 11/2010
PÃO DE HAMBURGUERPara o mês de novembro, trouxemos uma banda que vem se destacando no cenário roqueiro de Curitiba, e que acaba de lançar o seu primeiro DVD gravado no Teatro Guaíra, em formato independente. A banda concedeu uma entrevista ao nosso colaborador Rafael Corrêa e nos presenteou com uma compilação com sete músicas, incluindo “Have a Nietzsche Day”, uma faixa exclusiva para os nossos leitores. Confira!
Conheça o Artista
- ALBUM 2009
2009
Por Rafael Correa
Curitiba é, de acordo com as mais variadas opiniões versadas ou simples ditados populares, uma cidade de clima e povo frios. O céu, por vezes cinza, parece não abrigar muitas coisas, além daquelas mesmas coisas que, de tão repetidas, já são conhecidas até mesmo pelas gerações futuras. No entanto, basta botar apenas um pé na noite da cidade para saber que estas informações não passam de mitos previamente estabelecidos: Curitiba é, em todos os termos, sinônimo de diversão e criatividade.
Foi deste duplo conceito que surgiu uma das melhores bandas da nova geração de grupos roqueiros curitibanos. Ainda como trio, o “Pão” (como é carinhosamente chamado pelo público da cidade) procurava um nome que, provisoriamente, sintetizasse o espírito descontraído do grupo e, das guloseimas consumidas durante os primeiros ensaios, é que o nome surgiu. O que era para ser provisório acabou por se tornar eterno: e, hoje, em Curitiba, se algum deles ousar a mencionar a idéia de trocar o nome do grupo, colocará certamente sua segurança em risco.
Desde 2005, a banda amadureceu consideravelmente. Atualmente, o Pão conta com 5 integrantes que canalizaram e aperfeiçoaram ainda mais o som construído no início da estrada. Sustentado em três guitarras que se complementam perfeitamente e em uma invejável combinação de baixo/bateria, o grupo entrou em estúdio no último ano para registrar algumas das melhores canções da banda.
Quanto as canções, basta ouvirmos "Oh Pai!", primeira faixa do “Álbum 2009”, para confirmarmos a relevância do quinteto. Os versos calmos sentenciados por Gabriel Fausto mesclam-se perfeitamente às linhas produzidas pelas guitarras de Joel Rocha e Leonardo Bokermann que, conduzidas a galope pelas baquetas de Rennan Fróis, atracam na explosão sonora que abrilhanta a canção. A partir daí, o rock n roll é quem dita o rítmo da faixa.
"Sr. Dalí", cuja intro relembra o blues adaptado ao hard rock setentista, é uma verdadeira pintura. A letra, que de início apresenta poucos versos com significação no sense, vai se desenvolvendo e ganhando contornos de lirismo. É também nesta canção que percebemos outra qualidade da banda: a de trabalhar, em uma mesma canção, com diversas musicalidades em compassos divergentes. Se o seu início nos remete ao blues representado por um solo intermitente conduzido por uma base abafada (que gradativamente vai aumentando de cor e densidade), após dois minutos de duração surge a conversão do compasso para uma levada concisa dominada pelo fraseado seco das seis cordas, sempre condensada pela densa sonoridade das 4 cordas de Brunno Fróis. E, não obstante, no minuto seguinte ocorre outra troca de compasso, mais acelerado, para que os solos se desenvolvam no terreno fértil do hard rock. São exatos 5:26 minutos de excelente construção musical.
Por sua vez, "Ontem e Hoje" (que conta com videoclip produzido pela escola de cinema do Centro Europeu) é umas das canções mais perspicazes, tanto pela letra singular que versa sobre a eficácia e relatividade que o tempo tem sobre nós, como pela musicalidade, que segue pela mesma trilha marcante das demais canções, oferecendo ao ouvinte um momento de reflexão e deleite.
Quando o álbum chega ao fim, o ouvinte certamente evidenciará, ainda que em silêncio, uma perene satisfação; satisfação essa representada por excelentes canções compostas e executadas por uma das melhores bandas de Curitiba, responsável por “reaquecer” a cena da cidade. Ao ouvir o Pão, temos duas garantias em vista: diversão e boa música, independente de rotulações desnecessárias. Já é mais do que suficiente.
Você pode baixar o cd da banda aqui.
Foi deste duplo conceito que surgiu uma das melhores bandas da nova geração de grupos roqueiros curitibanos. Ainda como trio, o “Pão” (como é carinhosamente chamado pelo público da cidade) procurava um nome que, provisoriamente, sintetizasse o espírito descontraído do grupo e, das guloseimas consumidas durante os primeiros ensaios, é que o nome surgiu. O que era para ser provisório acabou por se tornar eterno: e, hoje, em Curitiba, se algum deles ousar a mencionar a idéia de trocar o nome do grupo, colocará certamente sua segurança em risco.
Desde 2005, a banda amadureceu consideravelmente. Atualmente, o Pão conta com 5 integrantes que canalizaram e aperfeiçoaram ainda mais o som construído no início da estrada. Sustentado em três guitarras que se complementam perfeitamente e em uma invejável combinação de baixo/bateria, o grupo entrou em estúdio no último ano para registrar algumas das melhores canções da banda.
Quanto as canções, basta ouvirmos "Oh Pai!", primeira faixa do “Álbum 2009”, para confirmarmos a relevância do quinteto. Os versos calmos sentenciados por Gabriel Fausto mesclam-se perfeitamente às linhas produzidas pelas guitarras de Joel Rocha e Leonardo Bokermann que, conduzidas a galope pelas baquetas de Rennan Fróis, atracam na explosão sonora que abrilhanta a canção. A partir daí, o rock n roll é quem dita o rítmo da faixa.
"Sr. Dalí", cuja intro relembra o blues adaptado ao hard rock setentista, é uma verdadeira pintura. A letra, que de início apresenta poucos versos com significação no sense, vai se desenvolvendo e ganhando contornos de lirismo. É também nesta canção que percebemos outra qualidade da banda: a de trabalhar, em uma mesma canção, com diversas musicalidades em compassos divergentes. Se o seu início nos remete ao blues representado por um solo intermitente conduzido por uma base abafada (que gradativamente vai aumentando de cor e densidade), após dois minutos de duração surge a conversão do compasso para uma levada concisa dominada pelo fraseado seco das seis cordas, sempre condensada pela densa sonoridade das 4 cordas de Brunno Fróis. E, não obstante, no minuto seguinte ocorre outra troca de compasso, mais acelerado, para que os solos se desenvolvam no terreno fértil do hard rock. São exatos 5:26 minutos de excelente construção musical.
Por sua vez, "Ontem e Hoje" (que conta com videoclip produzido pela escola de cinema do Centro Europeu) é umas das canções mais perspicazes, tanto pela letra singular que versa sobre a eficácia e relatividade que o tempo tem sobre nós, como pela musicalidade, que segue pela mesma trilha marcante das demais canções, oferecendo ao ouvinte um momento de reflexão e deleite.
Quando o álbum chega ao fim, o ouvinte certamente evidenciará, ainda que em silêncio, uma perene satisfação; satisfação essa representada por excelentes canções compostas e executadas por uma das melhores bandas de Curitiba, responsável por “reaquecer” a cena da cidade. Ao ouvir o Pão, temos duas garantias em vista: diversão e boa música, independente de rotulações desnecessárias. Já é mais do que suficiente.
Você pode baixar o cd da banda aqui.
PÃO DE HAMBURGUER
2010
Por Rafael Correa
“A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma.” Esta frase era frequentemente utilizada pelo escultor francês Auguste Rodin, no limiar do século XX, para definir a arte do modo mais humano possível.
Hoje, passado-se mais de um centênio de tal afirmação, percebemos que em diversos cantos do Brasil artistas trocam a paleta do silêncio para rabiscar o desenho gritante da arte, que eclode do mais profundo recôncavo da alma para embalar todos ao seu redor em uma irrefreável dança.
Um dos grupos destes singulares artistas perambula por Curitiba, pintando as noites da cidade mais cinza do Paraná. Da fumaça do trânsito e dos cigarros, passando pelos copos deixados para trás, estes artistas fazem do suor de cada dia uma nova forma de som, sustentados por cores que fogem de uma lógica pré-concebida.
São conhecidos por uma alcunha que acompanha cada ser humano de uma forma tão corriqueira e natural que parecem fazer parte do nosso dia-a-dia já na primeira audição. É o Pão de Hamburguer, que vive intensamente na mente e estômago de cada um que já tenha ouvido o que a sua arte tem a dizer.
Na verdade, o Pão representa aquela velha prova de que a arte, quando quer surgir, não reconhece nenhuma barreira. A banda deu o primeiro passo em 2005, com o intuito de alegrar uma festa da família; hoje, é considerada como um dos maiores e mais significativos nomes da nova geração do rock curitibano, com muita história na bagagem e uma série de conquistas incontestáveis.
Da brincadeira em uma festa de criança, o Pão aproveitou bem o fermento criativo que lhe é comum e não parou mais de crescer. Formada originalmente pelos guitarristas Gabriel Fausto, Leonardo Bokkerman e o baterista Rennan Frois, a banda passou a sentir a necessidade de ampliar sua formação depois de iniciar a consolidação de seu nome na cena curitibana.
As canções, de modo natural, passaram a tomar um viés mais complexo com o tempo, e formação de power trio não permitia a totalidade de versos e anversos dados pelas suas músicas. Assim, Joel Rocha completou o trio de guitarras, Bruno Frois assumiu as quatro cordas e o Pão, de trio, passou a ser um dos quintetos mais criativos da música paranaense.
Uma longa trilha foi composta até os dias atuais. Do “ontem” para o “hoje”, a banda já dividiu o palco com diversos nomes de peso, como Blindagem, Relespública e Rogério Skylab; participou de diversos festivais e transformou-se em ferramenta fundamental (assim como outras bandas) do “reascender” da cena musical curitibana, que durante um bom tempo caracterizou-se mais pela “repetição” que pela “criação”.
Hoje, o Pão vive o melhor momento de seus 5 anos de caminhada. Na crista da onda, o grupo participou de um inédito projeto que visa evidenciar ainda mais as bandas que são destaques no cenário local: trata-se do Gravando Curitiba, idealizado por Virgílio Mileo (produtor responsável pelo estúdio Audio Stamp), Emanuel Moon (Relespública) e Vladimir Urban (Sick Sick Sinners), que proporcionou às 12 bandas participantes a gravação de um EP para divulgação de seu material.
Também neste ano o Pão provou o seu valor ao concretizar um feito inédito na cena curitibana: o lançamento de um DVD em formato totalmente independente. O DVD “Ao Vivo no Guairinha” mostra a apresentação da banda ocorrida em 26/06/10, quando o Pão lotou o Auditório Salvador de Ferrante (que integra o Teatro Guaíra) e fez um público de mais de 400 pessoas dançar com uma alegria literalmente “linda de se ver”.
No DVD, é possível ver todas as características marcantes da banda: sua criatividade, energia e alegria foram insculpidas em cada imagem sonora, como se levássemos uma agradável bofetada ao rever a apresentação. Além das excelentes canções (todas de autoria da banda), o DVD traz uma série de entrevistas com a “rapãozeada”, indicando à luz o processo de composição, influências e curiosidades da banda.
Como forma de possibilitar uma maior evidenciação de sua arte, o Pão carinhosamente compilou uma série de canções que serão neste momento disponibilizadas com exclusividade pela Galeria Musical. Este conciso EP mostra as diversas “faces e fases” artísticas e humanas que o Pão de Hamburguer retrata cotidianamente com suas canções.
A primeira trinca de faixas mostra alguns momentos da apresentação do Pão convertida em DVD: “Sr. Dalí”, “Auto Ajuda” e “Lição de Vida” descortinam a capacidade que a banda tem de alternar a “porrada” com a leveza do afago em um estalar de dedos. A vibração é perceptível à cada dobra de guitarra e a cada aplauso, deixando aquele gostinho de “quero mais”, saciável apenas ao assistir o DVD por completo.
Mas a pérola da compilação vem com “Have a Nietzsche Day”, faixa inédita que compõe as canções trabalhadas pelo Pão no projeto Gravando Curitiba. “Have a Nietzsche Day” traz em seus versos um estilo composição que iniciou-se com James Joyce, no romance “O Retrato do Artista Quando Jovem”: em um jogo de palavras, os versos indicam uma série de significados diversos que se alteram a cada audição. É como se a cada separação silábica, o Pão quisesse passar uma mensagem diferente, de modo consciente. A musicalidade da canção toca fundo na alma, e faz o ouvinte navegar por um mar que ainda não conhece: seu próprio interior.
A segunda e última trinca de faixas da compilação evidencia algumas das canções mais marcantes do Pão, sempre presentes em seus shows: a dançante “Princesinha do Tio” e as reflexivas “Campeão da Apatia” e “Ontem e Hoje” garantem um encerramento com direito à chave de ouro.
No começo usamos os ensinamentos de Rodin para indicar que arte é contemplação. É justamente isso, por outros meios, o que o Pão faz com a sua arte, contemplando tudo aquilo que está ao seu redor e transformando em som, cor, luz e prazer, levantando toda uma cena para a razão quase perdida. Que isso perdure para sempre.
Hoje, passado-se mais de um centênio de tal afirmação, percebemos que em diversos cantos do Brasil artistas trocam a paleta do silêncio para rabiscar o desenho gritante da arte, que eclode do mais profundo recôncavo da alma para embalar todos ao seu redor em uma irrefreável dança.
Um dos grupos destes singulares artistas perambula por Curitiba, pintando as noites da cidade mais cinza do Paraná. Da fumaça do trânsito e dos cigarros, passando pelos copos deixados para trás, estes artistas fazem do suor de cada dia uma nova forma de som, sustentados por cores que fogem de uma lógica pré-concebida.
São conhecidos por uma alcunha que acompanha cada ser humano de uma forma tão corriqueira e natural que parecem fazer parte do nosso dia-a-dia já na primeira audição. É o Pão de Hamburguer, que vive intensamente na mente e estômago de cada um que já tenha ouvido o que a sua arte tem a dizer.
Na verdade, o Pão representa aquela velha prova de que a arte, quando quer surgir, não reconhece nenhuma barreira. A banda deu o primeiro passo em 2005, com o intuito de alegrar uma festa da família; hoje, é considerada como um dos maiores e mais significativos nomes da nova geração do rock curitibano, com muita história na bagagem e uma série de conquistas incontestáveis.
Da brincadeira em uma festa de criança, o Pão aproveitou bem o fermento criativo que lhe é comum e não parou mais de crescer. Formada originalmente pelos guitarristas Gabriel Fausto, Leonardo Bokkerman e o baterista Rennan Frois, a banda passou a sentir a necessidade de ampliar sua formação depois de iniciar a consolidação de seu nome na cena curitibana.
As canções, de modo natural, passaram a tomar um viés mais complexo com o tempo, e formação de power trio não permitia a totalidade de versos e anversos dados pelas suas músicas. Assim, Joel Rocha completou o trio de guitarras, Bruno Frois assumiu as quatro cordas e o Pão, de trio, passou a ser um dos quintetos mais criativos da música paranaense.
Uma longa trilha foi composta até os dias atuais. Do “ontem” para o “hoje”, a banda já dividiu o palco com diversos nomes de peso, como Blindagem, Relespública e Rogério Skylab; participou de diversos festivais e transformou-se em ferramenta fundamental (assim como outras bandas) do “reascender” da cena musical curitibana, que durante um bom tempo caracterizou-se mais pela “repetição” que pela “criação”.
Hoje, o Pão vive o melhor momento de seus 5 anos de caminhada. Na crista da onda, o grupo participou de um inédito projeto que visa evidenciar ainda mais as bandas que são destaques no cenário local: trata-se do Gravando Curitiba, idealizado por Virgílio Mileo (produtor responsável pelo estúdio Audio Stamp), Emanuel Moon (Relespública) e Vladimir Urban (Sick Sick Sinners), que proporcionou às 12 bandas participantes a gravação de um EP para divulgação de seu material.
Também neste ano o Pão provou o seu valor ao concretizar um feito inédito na cena curitibana: o lançamento de um DVD em formato totalmente independente. O DVD “Ao Vivo no Guairinha” mostra a apresentação da banda ocorrida em 26/06/10, quando o Pão lotou o Auditório Salvador de Ferrante (que integra o Teatro Guaíra) e fez um público de mais de 400 pessoas dançar com uma alegria literalmente “linda de se ver”.
No DVD, é possível ver todas as características marcantes da banda: sua criatividade, energia e alegria foram insculpidas em cada imagem sonora, como se levássemos uma agradável bofetada ao rever a apresentação. Além das excelentes canções (todas de autoria da banda), o DVD traz uma série de entrevistas com a “rapãozeada”, indicando à luz o processo de composição, influências e curiosidades da banda.
Como forma de possibilitar uma maior evidenciação de sua arte, o Pão carinhosamente compilou uma série de canções que serão neste momento disponibilizadas com exclusividade pela Galeria Musical. Este conciso EP mostra as diversas “faces e fases” artísticas e humanas que o Pão de Hamburguer retrata cotidianamente com suas canções.
A primeira trinca de faixas mostra alguns momentos da apresentação do Pão convertida em DVD: “Sr. Dalí”, “Auto Ajuda” e “Lição de Vida” descortinam a capacidade que a banda tem de alternar a “porrada” com a leveza do afago em um estalar de dedos. A vibração é perceptível à cada dobra de guitarra e a cada aplauso, deixando aquele gostinho de “quero mais”, saciável apenas ao assistir o DVD por completo.
Mas a pérola da compilação vem com “Have a Nietzsche Day”, faixa inédita que compõe as canções trabalhadas pelo Pão no projeto Gravando Curitiba. “Have a Nietzsche Day” traz em seus versos um estilo composição que iniciou-se com James Joyce, no romance “O Retrato do Artista Quando Jovem”: em um jogo de palavras, os versos indicam uma série de significados diversos que se alteram a cada audição. É como se a cada separação silábica, o Pão quisesse passar uma mensagem diferente, de modo consciente. A musicalidade da canção toca fundo na alma, e faz o ouvinte navegar por um mar que ainda não conhece: seu próprio interior.
A segunda e última trinca de faixas da compilação evidencia algumas das canções mais marcantes do Pão, sempre presentes em seus shows: a dançante “Princesinha do Tio” e as reflexivas “Campeão da Apatia” e “Ontem e Hoje” garantem um encerramento com direito à chave de ouro.
No começo usamos os ensinamentos de Rodin para indicar que arte é contemplação. É justamente isso, por outros meios, o que o Pão faz com a sua arte, contemplando tudo aquilo que está ao seu redor e transformando em som, cor, luz e prazer, levantando toda uma cena para a razão quase perdida. Que isso perdure para sempre.
Contatos
- Integrantes: Gabriel Fausto (Guitarra & Voz); Leonardo Bokkerman (Guitarra & backing vocal); Joel Rocha (Guitarra); Bruno Frois (Baixo & backing vocal) e Rennan Frois (Bateria)
Site: http://www.myspace.com/paodehamburguer
MySpace: http://www.myspace.com/paodehamburguer
Facebook: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=7061289
Twitter: http://twitter.com/Hamburguerbanda
E-Mail: [email protected]
Tels: (41) 9667-8576 (Rennan)
Entrevista
GM. Há alguns meses, vocês se apresentaram junto com a banda Trem Fantasma no Teatro Guaíra, em comemoração ao retorno deles às atividades com nova formação. Desta apresentação, resultou a consolidação de um DVD, lançado no último dia 22/10, um passo inegavelmente considerável que faz do Pão não apenas um exemplo de criatividade e qualidade, mas também um exemplo de força de vontade para as bandas que estão batalhando, assim como vocês, por um espaço na cena. No entanto, muito se caminhou até chegar nesse estágio. Falem um pouco do início da banda, como a idéia do Pão surgiu e dos primeiros momentos do grupo como um trio.
Pão: Por que não chamar a banda de uma coisa que está no dia a dia e na boca das pessoas, no coração e no "intestino delgado"?! rsrs
Retomando, começamos em 3 (Gabriel Fausto – guitarra e voz; Léo Bokkerman – guitarra; e Rennan Fróis - bateria) pra tocar numa festa infantil, com o compromisso de animar a criançada. Assim, tiramos até uns Outkast, Denotautas, Cpm 22... só som porrada...rsrsrsrs
Ao mesmo tempo, nos ensaios, a gente pirava numas musiquinhas avacalhadas que a gente fazía e que até hoje a famíliarada pede para que a gente toque, mas é difícil encaixar no repertório uma música em que o refrão é "Mas ela não sabía que meu Pinto é torto", então a gente deixa pra lá.
GM. De trio, o Pão passou a quarteto e, hoje, conta com cinco pessoas que fazem da banda uma das mais relevantes da cena curitibana. Essa inclusão de novos membros ocorreu naturalmente, ou surgiu da necessidade (ou oportunidade) de aparar algumas arestas que, em trio, não era possível?
Pão: Naquela época do Pão, a gente não pensava no futuro da banda, nem mesmo sabíamos se a banda tería futuro. Mas foi à partir da primeira música séria do Pão (“Ontem e Hoje”, que conta inclusivo com um video-clipe produzido pelo curso de cinema do Centro Europeu) que sentimos a necessidade na gravação de um "solo" de guitarra, que ninguém tinha a capacidade de fazer na música. Foi aí que entrou o Joel. Ele gravou a música e logo que voltamos a ensaiar em 3 novamente. Aí que a gente passou a sentir falta de algo na banda: era a guitarra do Joel.
Joelito acabou ficando no Pão, revezando o baixo com o Léo e o Gabriel.
Foi no fim de 2008, quando fomos convidados a fazer o Acústico da rádio curitibana Mundo Livre Fm, que o Bruno Fróis entrou na banda, assumindo o baixão com a maior responsa! Isso aconteceu, pois niguém dos 3 (Gabriel, Léo e Joel) era baixista. Então o Bruno veio pra dar um apoio no Pão nesse Acústico, mas como ele também canta bem pacas, dava apoio muito bem nos backing vocals e, além de ser irmão do Rennan né, acabou ficando conosco também.
GM. A banda atualmente conta com três guitarras, formato até certo ponto "incomum" para uma certa parcela das bandas de rock. Como é esse relacionamento das seis cordas? Há uma divisão prévia de "funções" para cada guitarrista, seja no momento de compor ou sobre o palco? Ou, de fato, as coisas tendem a fluir naturalmente em tal ocasião?
Pão: Normalmente, quando alguém apresenta uma música, fica tudo embolado mesmo, pois todo mundo vai tentando se encaixar no meio, e acabad virando aquela zona. Mas depois que todos entendem a estrutura da música é extremamente necessário a gente sentar e preencher certinho as partes de uma maneira que não prejudique a música Às vezes, ficar sem tocar numa grande parte da música é preciso. Em das músicas novas (“Jonas”, disponível no Myspace do grupo), por exemplo, o Léo toca um bongô, rsrsrsrs
GM. Certamente, a composição é um dos momentos mais importantes de qualquer grupo, já que é dela que surge a continuidade da obra da banda. Como é o processo criativo do Pão? Ele ocorre em conjunto ou centra-se, em certos momentos, em alguns membros da banda?
Pão: A gente sempre tenta criar algo junto, mas alguém normalmente vem com uma idéia ou riff inicial...O Gabriel costuma vir com as letras e a gente termina junto, mas tem composições que ele escreve a letra sozinho também... Mas a gente gosta muito de viajar pra chácara do pai do Gabriel e compor todo mundo junto lá: cada um apresenta o que tem a vamos juntando tudo aos poucos.
GM. Como foi dito antes, as conquistas do Pão, assim como a de qualquer outra banda independente, significam em uma espécie de modificação na cena musical, modificação esta que deve ser encarada como o êxito em uma cena musical que, infelizmente, por vezes vem a priorizar repetidamente a reprodução em lugar da criação, como acontecia usualmente em Curitiba há alguns anos. Como a banda vê o cenário musical curitibano nos dias de hoje? De fato, há mesmo essa "reprodução" insistente?
Pão: Bicho, não temos muito o que reclamar na verdade. São muitas iniciativas que estão acontecendo de várias partes por Curitiba, são vários projetos por aí, sempre encaixando as bandas independentes, fazendo cd's para mandar pra festivais e o escambau. Quando você vê o Charme Chulo (banda também de Curitiba) tocando na Virada Cultural, com, sei lá, bem mais de mil pessoas dançando e curtindo, você sabe que só o que falta mesmo é a massa ter contato com as bandas. Se isso acontece, a parada dá certo.
GM. Recentemente, o Pão foi oficialmente selecionado para participar do projeto Gravando Curitiba, que possibilitará às 12 bandas escolhidas uma maior divulgação de seu material, através de o lançamento do um EP com 5 faixas e de um show a ser realizado no Teatro Universitário de Curitiba, como ocorreu com vocês em parceria com a banda O Trilho, no dia 23/10. Comentem um pouco sobre a importância da participação deste projeto e sobre as novas faixas do Pão que em breve serão lançadas.
Pão: A importância maior é que, para uma banda que está começando e não toca profissionalmente, gravar custa caro, principalmente com a qualidade que nos proporcionou o estúdio Audio Stamp, comandado por Virgílio Mileo, responsável pelo projeto. O fato da estrutura ter contado também com assessoria de imprensa deu uma visibilidade maior para todas as bandas participantes, com matérias na televisão e no jornal.
Só que tudo isso fica no zero se a banda não der continuidade, ou seja, tem que continuar na mesma luta de sempre. As músicas que escolhemos eram as inéditas que tínhamos pro momento: “Homem do Dia”, “Jonas”, e “Have a Nietzsche Day” (que está disponível para download na compilação exclusiva feira para o Galeria Musical. Esta última é inspirada num trocadilho do cartunista André Dahmer, criador da série Malvados. A letra quem fez foi o pai do Gabriel, Paulo Souza, que costuma dar uns toques pra gente quando a coisa empaca.
GM. Conforme dito antes, a banda concretizou um grande passo, representado pela consolidação e lançamento do DVD "Ao Vivo no Guairinha", cujo lançamento oficial deu-se no dia 22/10, no John Bull Pub. Além da apresentação ocorrida no dia 26/06/10, o DVD apresenta uma série de "micro-entrevista" com os integrantes, o que permite que o espectador se aproxime ainda mais do grupo e sua realidade. Como se deu a idéia da construção deste DVD? A vontade da banda em concretizar esse objetivo já era antiga ou surgiu com o atual crescimento do Pão na cena curitibana?
Pão: O idealizador/produtor da coisa toda é o pai do Rennan e do Bruno, Roberto Ewerson. Para nosso próprio espanto, com muita ajuda de nossos amigos e conhecidos, que apostam forte na gente, conseguimos fazer um material de qualidade com uma graninha razoável. O DVD serve como um marco pra dizer até onde chegamos nesses 5 anos de estrada, já que ainda não tínhamos um material físico que compilasse essa evolução. É bom porque agora sabemos de onde partir, principalmente ao reconhecer que estas músicas são parte desta primeira fase, em que a banda vai firmando o seu próprio estilo, e tentar superar isso musicalmente.
GM. Outra importante perspectiva concretizada pelo lançamento do DVD "Ao Vivo no Guairinha" reside na grande possibilidade da abertura de novas portas ao Pão de Hamburguer. Lentamente, isto já começa a acontecer: diversos sites têm divulgado notas constantes sobre a banda e seu trabalho. Esta é mesmo a maior expectativa de "retorno" do DVD, a chance do Pão alçar vôo para além do Paraná?
Pão: Falou e disse. Estaremos empenhados em divulgar nosso trabalho nacionalmente... Tá na hora do “Brazilzote” conhecer o Pão de Hamburguer. É muito gratificante ter parceiros competentes como o Galeria Musical!!
GM. Para encerrar, quais os planos da banda para o encerramento de 2010 e para os desafios que certamente virão em 2011?
Pão: Estamos bolando um grito de guerra!! hahaha
Também consultamos uma cartomante, e descobrimos que acharemos a Palheta do Destino! Rsrsrs Gostaríamos de aproveitar o espaço para agradecer algumas personas: Madimbu, Lisa Simpson, Ricardo Zonta, Jobson (o filho do trampo), Stifler e principalmente ao Galeria Musical, pelo reconhecimento e pelo trabalho de qualidade desenvolvido em prol da música brasileira!
Pão: Por que não chamar a banda de uma coisa que está no dia a dia e na boca das pessoas, no coração e no "intestino delgado"?! rsrs
Retomando, começamos em 3 (Gabriel Fausto – guitarra e voz; Léo Bokkerman – guitarra; e Rennan Fróis - bateria) pra tocar numa festa infantil, com o compromisso de animar a criançada. Assim, tiramos até uns Outkast, Denotautas, Cpm 22... só som porrada...rsrsrsrs
Ao mesmo tempo, nos ensaios, a gente pirava numas musiquinhas avacalhadas que a gente fazía e que até hoje a famíliarada pede para que a gente toque, mas é difícil encaixar no repertório uma música em que o refrão é "Mas ela não sabía que meu Pinto é torto", então a gente deixa pra lá.
GM. De trio, o Pão passou a quarteto e, hoje, conta com cinco pessoas que fazem da banda uma das mais relevantes da cena curitibana. Essa inclusão de novos membros ocorreu naturalmente, ou surgiu da necessidade (ou oportunidade) de aparar algumas arestas que, em trio, não era possível?
Pão: Naquela época do Pão, a gente não pensava no futuro da banda, nem mesmo sabíamos se a banda tería futuro. Mas foi à partir da primeira música séria do Pão (“Ontem e Hoje”, que conta inclusivo com um video-clipe produzido pelo curso de cinema do Centro Europeu) que sentimos a necessidade na gravação de um "solo" de guitarra, que ninguém tinha a capacidade de fazer na música. Foi aí que entrou o Joel. Ele gravou a música e logo que voltamos a ensaiar em 3 novamente. Aí que a gente passou a sentir falta de algo na banda: era a guitarra do Joel.
Joelito acabou ficando no Pão, revezando o baixo com o Léo e o Gabriel.
Foi no fim de 2008, quando fomos convidados a fazer o Acústico da rádio curitibana Mundo Livre Fm, que o Bruno Fróis entrou na banda, assumindo o baixão com a maior responsa! Isso aconteceu, pois niguém dos 3 (Gabriel, Léo e Joel) era baixista. Então o Bruno veio pra dar um apoio no Pão nesse Acústico, mas como ele também canta bem pacas, dava apoio muito bem nos backing vocals e, além de ser irmão do Rennan né, acabou ficando conosco também.
GM. A banda atualmente conta com três guitarras, formato até certo ponto "incomum" para uma certa parcela das bandas de rock. Como é esse relacionamento das seis cordas? Há uma divisão prévia de "funções" para cada guitarrista, seja no momento de compor ou sobre o palco? Ou, de fato, as coisas tendem a fluir naturalmente em tal ocasião?
Pão: Normalmente, quando alguém apresenta uma música, fica tudo embolado mesmo, pois todo mundo vai tentando se encaixar no meio, e acabad virando aquela zona. Mas depois que todos entendem a estrutura da música é extremamente necessário a gente sentar e preencher certinho as partes de uma maneira que não prejudique a música Às vezes, ficar sem tocar numa grande parte da música é preciso. Em das músicas novas (“Jonas”, disponível no Myspace do grupo), por exemplo, o Léo toca um bongô, rsrsrsrs
GM. Certamente, a composição é um dos momentos mais importantes de qualquer grupo, já que é dela que surge a continuidade da obra da banda. Como é o processo criativo do Pão? Ele ocorre em conjunto ou centra-se, em certos momentos, em alguns membros da banda?
Pão: A gente sempre tenta criar algo junto, mas alguém normalmente vem com uma idéia ou riff inicial...O Gabriel costuma vir com as letras e a gente termina junto, mas tem composições que ele escreve a letra sozinho também... Mas a gente gosta muito de viajar pra chácara do pai do Gabriel e compor todo mundo junto lá: cada um apresenta o que tem a vamos juntando tudo aos poucos.
GM. Como foi dito antes, as conquistas do Pão, assim como a de qualquer outra banda independente, significam em uma espécie de modificação na cena musical, modificação esta que deve ser encarada como o êxito em uma cena musical que, infelizmente, por vezes vem a priorizar repetidamente a reprodução em lugar da criação, como acontecia usualmente em Curitiba há alguns anos. Como a banda vê o cenário musical curitibano nos dias de hoje? De fato, há mesmo essa "reprodução" insistente?
Pão: Bicho, não temos muito o que reclamar na verdade. São muitas iniciativas que estão acontecendo de várias partes por Curitiba, são vários projetos por aí, sempre encaixando as bandas independentes, fazendo cd's para mandar pra festivais e o escambau. Quando você vê o Charme Chulo (banda também de Curitiba) tocando na Virada Cultural, com, sei lá, bem mais de mil pessoas dançando e curtindo, você sabe que só o que falta mesmo é a massa ter contato com as bandas. Se isso acontece, a parada dá certo.
GM. Recentemente, o Pão foi oficialmente selecionado para participar do projeto Gravando Curitiba, que possibilitará às 12 bandas escolhidas uma maior divulgação de seu material, através de o lançamento do um EP com 5 faixas e de um show a ser realizado no Teatro Universitário de Curitiba, como ocorreu com vocês em parceria com a banda O Trilho, no dia 23/10. Comentem um pouco sobre a importância da participação deste projeto e sobre as novas faixas do Pão que em breve serão lançadas.
Pão: A importância maior é que, para uma banda que está começando e não toca profissionalmente, gravar custa caro, principalmente com a qualidade que nos proporcionou o estúdio Audio Stamp, comandado por Virgílio Mileo, responsável pelo projeto. O fato da estrutura ter contado também com assessoria de imprensa deu uma visibilidade maior para todas as bandas participantes, com matérias na televisão e no jornal.
Só que tudo isso fica no zero se a banda não der continuidade, ou seja, tem que continuar na mesma luta de sempre. As músicas que escolhemos eram as inéditas que tínhamos pro momento: “Homem do Dia”, “Jonas”, e “Have a Nietzsche Day” (que está disponível para download na compilação exclusiva feira para o Galeria Musical. Esta última é inspirada num trocadilho do cartunista André Dahmer, criador da série Malvados. A letra quem fez foi o pai do Gabriel, Paulo Souza, que costuma dar uns toques pra gente quando a coisa empaca.
GM. Conforme dito antes, a banda concretizou um grande passo, representado pela consolidação e lançamento do DVD "Ao Vivo no Guairinha", cujo lançamento oficial deu-se no dia 22/10, no John Bull Pub. Além da apresentação ocorrida no dia 26/06/10, o DVD apresenta uma série de "micro-entrevista" com os integrantes, o que permite que o espectador se aproxime ainda mais do grupo e sua realidade. Como se deu a idéia da construção deste DVD? A vontade da banda em concretizar esse objetivo já era antiga ou surgiu com o atual crescimento do Pão na cena curitibana?
Pão: O idealizador/produtor da coisa toda é o pai do Rennan e do Bruno, Roberto Ewerson. Para nosso próprio espanto, com muita ajuda de nossos amigos e conhecidos, que apostam forte na gente, conseguimos fazer um material de qualidade com uma graninha razoável. O DVD serve como um marco pra dizer até onde chegamos nesses 5 anos de estrada, já que ainda não tínhamos um material físico que compilasse essa evolução. É bom porque agora sabemos de onde partir, principalmente ao reconhecer que estas músicas são parte desta primeira fase, em que a banda vai firmando o seu próprio estilo, e tentar superar isso musicalmente.
GM. Outra importante perspectiva concretizada pelo lançamento do DVD "Ao Vivo no Guairinha" reside na grande possibilidade da abertura de novas portas ao Pão de Hamburguer. Lentamente, isto já começa a acontecer: diversos sites têm divulgado notas constantes sobre a banda e seu trabalho. Esta é mesmo a maior expectativa de "retorno" do DVD, a chance do Pão alçar vôo para além do Paraná?
Pão: Falou e disse. Estaremos empenhados em divulgar nosso trabalho nacionalmente... Tá na hora do “Brazilzote” conhecer o Pão de Hamburguer. É muito gratificante ter parceiros competentes como o Galeria Musical!!
GM. Para encerrar, quais os planos da banda para o encerramento de 2010 e para os desafios que certamente virão em 2011?
Pão: Estamos bolando um grito de guerra!! hahaha
Também consultamos uma cartomante, e descobrimos que acharemos a Palheta do Destino! Rsrsrs Gostaríamos de aproveitar o espaço para agradecer algumas personas: Madimbu, Lisa Simpson, Ricardo Zonta, Jobson (o filho do trampo), Stifler e principalmente ao Galeria Musical, pelo reconhecimento e pelo trabalho de qualidade desenvolvido em prol da música brasileira!