Existem artistas em que nós antes mesmo de ouvirmos um de seus lançamentos, já conseguimos imaginar o tipo de som que vamos escutar. Esse é o caso da banda escocesa Travis, que costumeiramente segue um mesmo estilo, sem promover maiores mudanças em sua música. Apesar de nesse disco nova a banda não necessariamente mudar, eu tenho uma boa notícia pra dar: o Travis acaba de lançar o seu melhor disco!

Diferentemente do básico encontrado naturalmente em seus discos, em “Where You Stand”, sétimo disco do grupo, a coisa é diferente. Melodicamente diferenciado e adornado com canções originais, a banda sai da zona de conforto e faz um disco surpreendente.

A abertura, com “Mother”, mostra a banda tratando de assuntos melancólicos, mas com uma vibe bacana, nada de chororô, mesmo em se tratando de um tema tão denso. A canção seguinte “Moving”, segundo single do disco, é um petardo que revolve a invasão britânica (da qual o Travis faz parte) que sacudiu o mundo nos anos 90, dotada de uma mensagem positivista e apaixonadamente encantadora.

Apesar de trazer canções bastante distintas entre si, a banda obviamente não mudou, mas o disco revela que a banda deu uma boa oxigenada em seu som e, principalmente, na forma de fazer música. “Warning Sign”, canção de batida forte, é um exemplo disso, recheada de elementos que vão caracterizando a faixa, incluindo interessantes backing vocals, o que faz da faixa um dos destaques do disco, juntamente com “On My Wall”, outra simpática canção que certamente vai cair no gosto do ouvinte já na primeira ouvida.

De batida rápida e eletrônica, “Another Guy” curiosamente lembra muito o som de seus contemporâneos de geração Coldplay, enquanto “New Shoes”, outro destaque do disco, mostra a banda variando o seu som, implementando algo que lembra um pouco a linha eletrônica. Falando em comparação, a banda também flerta com New-Folk (movimento que vem tomando conta do pop/Rock gringo) na canção “Reminder”.

“Where You Stand” prova que os cinco anos de hiato fizeram muito bem ao Travis, além de mostrar também que, a partir de agora, arriscar em dizer que um novo disco da banda traz mais do mesmo, pode ser um grande erro.