Resenha do Cd Viver (mais Leve Que O Ar) / Marcelo Falcão

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VIVER (MAIS LEVE QUE O AR)
MARCELO FALCÃO
2019

WARNER MUSIC
Por Anderson Nascimento

Com o hiato da banda O Rappa, anunciado via redes sociais em 2017, Marcelo Falcão dá sequência ao seu trabalho com o seu primeiro álbum solo “Viver (Mais Leve que o Ar)”, lançado em fevereiro de 2019.

Aqueles que acompanham a carreira do artista, vão estabelecer um paralelo deste novo disco com o ótimo do Rappa “O Silêncio que Precede o Esporro” (2003) no que diz respeito a ótima produção, a cargo de Felipe Rodarte e do próprio Falcão, além do cuidado especial com o azeitado instrumental do álbum.

Uma amostra disso é dada logo no início, com o single “Hoje Eu Decidi”, faixa repleta de efeitos e com um absurdo desempenho vocal do cantor. Nessa linha destaca-se também outro single, “Eu Quero Ver o Mar”, que agrega orquestra, e chega a lembrar um pouco o arquétipo da canção “O Salto”, do álbum do Rappa citado acima.

O disco traz treze canções, boa parte delas acima dos cinco minutos de duração, chegando ao seu ápice na canção “Eu Quero Ver o Mar”, que passa dos oito minutos. Em termos de estilo musical, a maioria das faixas se baseiam no Reggae, havendo algum flerte também com baladas Pop. Falando em Reggae, “Quando Você Olhar Pra Mim”, é boa faixa de letra romântica, que se aproxima dos primórdios da sua banda mais conhecida, quando o grupo apostava mais frequentemente no ritmo jamaicano.

O disco se caracteriza por trazer muitos trechos cantaroláveis encravados aos longo das faixas, como os “lá, lá, lás” da canção “Voar, Flutuar”, uma das boas canções do disco, assim como acontece também em vários momentos do disco como na faixa “Mais Leve que o Ar”.

Além de canções como os singles “Hoje eu Decidi” e “Eu Quero Ver o Mar”, vale destacar no disco a boa canção “Meu Caminho”. Enquanto em “Viver”, a novidade é a parceria inédita de Falcão com o seu pai Ademir Custódio, agregando também Lula Queiroga como participação especial. No fim, Falcão se rende a fé na oração em forma de canção “Senhor Fazei de Mim (Um Instrumento de Tua Paz), a faixa mais curta do álbum, com pouco mais de dois minutos.

A estreia solo do cantor Falcão resulta em disco de pegada pop e leve, como o próprio nome do álbum sugere, e, se este não é um álbum que ambiciona reinventar a obra do artista, o trabalho tem o seu valor ao render um punhado de canções honestas e divertidas.



Resenha Publicada em 17/04/2019





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